É o adeus. Conseguiu reerguer-se várias vezes desde que subiu de divisão, mas, este sábado, o Tondela viu confirmada a descida ao segundo escalão com o empate diante do Boavista (2-2), sendo que o Moreirense cumpriu a sua missão e venceu o Vizela por 4-1. Os beirões tiveram em vantagem por duas vezes, mas deixaram-na escapar em momentos cruciais no jogo, tendo o golo de Yusupha sentenciado o destino do adversário, que ainda tem a final da Taça em disputa.
O Tondela jogava a segunda vida nesta edição do campeonato. Do outro lado, um Boavista tranquilo, com algumas mudanças, mas sem nada em jogo. Ainda numa fase precoce do jogo, os burburinhos começaram a surgir. Em Moreira de Cónegos, uma expulsão do Vizela aos três minutos deixou o João Cardoso preocupado.
O resultado que vinha de Moreira de Cónegos era preocupante e os golos surgiam quase em catadupa. O golo era urgente. Rafael Barbosa sentiu a pressão e falhou num momento decisivo, permitindo que, na recarga, Porozo evitasse, de forma hercúlea, o 1-0.
O Tondela nunca deixou de o procurar, é certo. A alma de Agra nunca deixou de contagiar os restantes companheiros e, na sequência de uma bola parada, Sagnan aproveitou um remate incompleto de Quaresma para provocar a explosão no estádio.
O Boavista nunca desligou a ficha e a reentrada em campo provou-o. Aproveitou um Tondela adormecido para empatar e criar ainda mais tensão entre os jogadores da casa.
Logo a seguir, o VAR invalidou um penálti previamente assinalado pelo árbitro e o estádio respirou de alívio, já que de Moreira de Cónegos não havia sinais de abrandamento.
João Pedro foi a tempo de alimentar a esperança dos anfitriões com um remate colocado fora da área, mas a sensação não era de total segurança. Os adeptos empolgaram-se, Nuno Campos refrescou a equipa e, perto dos noventa, um ataque rápido pela esquerda permitiu uma finalização certeira e fatal de Yusupha.
O Tondela tudo teve e tudo perdeu. O Moreirense, de Sá Pinto, vai ter uma segunda oportunidade.
Um dia duro para o CD Tondela, que viu confirmada a descida de divisão e o play-off a ser entregue ao Moreirense. No final, a tristeza invadiu o João Cardoso e fez aquecer os ânimos, mas as palmas de muitos adeptos abrilhantaram a tarde em Tondela.
Fica, enfim, a sensação de que a postura do Tondela deveria ter sido diferente. O bloco médio-baixo e a pouca intensidade na pressão - até porque a vantagem era perigosa - não fizeram muito sentido numa partida em que a equipa jogava a sua segunda vida no campeonato.
Nada a apontar à arbitragem de Soares Dias, que esteve bem ao reverter um penálti assinalado previamente.