Atlético Madrid, Athletic Bilbao, Barcelona e Real Madrid. São estas as quatro equipas espanholas que vai disputar o título da 38.ª Supertaça de Espanha, que arranca já esta quarta-feira. Depois de a última edição ter sido disputada na Andaluzia, devido à Covid-19, a prova está de regresso à Arábia Saudita, com muita polémica à mistura.
Tal como tem acontecido desde 2019/20, a prova vai decorrer no formato de final-four, e vai contar com os vencedores da Liga e da Taça do Rei (Atlético Madrid e Barcelona), bem como com o segundo classificado da Liga (Real Madrid) e o finalista vencido da Taça (Athletic). Logo a abrir há um escaldante clássico, entre Barcelona e Real Madrid, sendo que a outra final coloca frente a frente o campeão Atlético e o aparente outsider Athletic.
A última edição acabou mesmo num museu em Bilbao, depois do Athletic ter vencido o Barcelona por 2x3, após prolongamento. De resto, já todas as equipas presentes em prova ergueram o troféu, sendo que o Barcelona é a equipa que mais vezes festejou, num total de 13 conquistas.
A ideia partiu de Luis Rubiales, presidente da Federação Espanhola de Futebol. Já depois de uma primeira experiência em 2018, ano em que a Supertaça decorreu em Marrocos, o dirigente pretendia melhorar o modelo da Supertaça Espanhola e torna-la mais apetecível para o público e para o mercado.
O formato foi a primeira mudança, passando de apenas um jogo para uma final-four com o campeão espanhol, o vice-campeão, o vencedor da Taça do Rei e o finalista vencido, mas, para além disso, Rubiales assinou ainda um acordo com o governo árabe para que a prova fosse realizada em território saudita até 2029, num negócio que podia atingir os 320 milhões de euros.
A prova passou também a realizar-se em janeiro, devido à impossibilidade de disputar os jogos durante o verão saudita. As críticas não demoraram a surgir por parte dos espanhóis, que viram a Supertaça ser deslocada para mais de quatro mil quilómetros e acusaram o presidente da federação de não se preocupar com o futebol espanhol, mas apenas e só com o dinheiro.
Esta edição da Supertaça vai decorrer em Riade e será a segunda a disputar-se na Arábia Saudita, depois de 2019/20, em Jeddah. Na última temporada, os planos mudaram à última devido à Covid-19 e a prova realizou-se na Andaluzia, em três estádios diferentes, num negócio com o governo local que rendeu mais de dez milhões de euros à Federação Espanhola.
É com o título de campeão nacional que o Atlético Madrid surge na Supertaça Espanhola. A campanha sensacional dos homens de Simeone culminou num título surpreendente, numa época em que os colchoneros deixaram para trás Real Madrid, Barcelona e Sevilla. No entanto, esta época não está a correr da mesma forma…
A irregularidade começou a notar-se cedo e tem marcado a época do Atlético Madrid, como comprava o atual quarto lugar na La Liga ou a dificuldade com que se apuraram para os oitavos de final da Liga dos Campeões. De resto, o Atlético, que não vai poder contar com Griezmann e Savic, venceu apenas dois dos últimos seis jogos disputados.
Esta Supertaça é, por isso, uma excelente oportunidade para a equipa de João Félix, que também tem tido uma época irregular e marcada por lesões, dar a volta a um mau momento e garantir desde já que não acaba a época sem troféus, conquistando um que só venceu por duas vezes, a última das quais em 2014.
Pode parecer difícil não olhar para o Athletic Bilbao, que chega aqui depois de ter sido finalista vencido da última Taça do Rei, como o outsider, mas a última edição é um exemplo perfeito da razão pela qual não se pode subestimar a turma basca. Isto porque, em 2020, os bascos eliminaram Real Madrid nas meias-finais e bateram o Barcelona na grande final, provando que não há vencedores antecipados.
A época atual não tem sido brilhante, com muita irregularidade – a equipa chegou a viver um período de oito jogos consecutivos sem vencer -, que resulta num nono lugar na La Liga até ao momento. Ainda assim, as três vitórias nos últimos cinco jogos fazem notar melhorias numa equipa que mantém as mesmas referências que tinha há um ano.
Para revalidar o título, a equipa de Marcelino Toral, que já provou no passado a sua forte capacidade em provas a eliminar e também é um fator a ter em conta, vai ter de começar por ultrapassar o Atlético Madrid na meia-final.
Os últimos anos do Barcelona têm sido, provavelmente, os mais complicados em muito tempo, com muitos problemas, dentro e fora do campo, e bem menos vitórias do que aquelas a que os adeptos blaugrana estavam habituados. Na última época, a conquista da Taça do Rei foi uma das poucas boas notícias e é graças a ela que estão nesta Supertaça.
Esta época começou ainda pior e Ronald Koeman acabou mesmo por ser despedido, dando lugar a Xavi, mas o regresso do filho prodígio também não tem sido fácil. São apenas cinco vitórias em 11 jogos, com muitas mudanças no onze, grande aposta na formação e a clara noção de que há falta de qualidade e profundidade no plantel. Este será o primeiro grande teste do antigo médio espanhol e pode marcar uma reviravolta na temporada.
No dia antes do jogo, chegaram boas notícias, com Pedri e Ferrán Torres a receberem alta depois de terem testado positivo à Covid-19 - Ansu Fati, de Jong e Araujo continuam de fora. No caso de Torres, que também recebeu ontem luz verde na inscrição até agora pendente, pode mesmo ser a estreia ao serviço do Barcelona e logo num clássico!
O Real Madrid não tem estado tão mal como o Barcelona, de todo, mas também não se pode dizer que as últimas épocas têm sido as melhores da história dos blancos. No ano passado, a equipa terminou mesmo sem qualquer troféu – só chega aqui graças ao segundo lugar na Liga – e ficou ainda sem Sergio Ramos e Zinédine Zidane, mas a mudança não tem corrido mal.
Para substituir Zidane chegou Carlo Ancelotti e o regresso, numa época de várias mudanças, tem sido muito positivo. Apesar de um ou outro desaire inesperado, a verdade é que são apenas três derrotas em 28 jogos disputados em todas as competições, sendo que os madrilenos são mesmo os atuais líderes da La Liga, mesmo com Hazard e Bale a serem uma sombra de outros tempos, isto quando estão saudáveis…
Militão e Alaba têm formado uma grande dupla atrás de um meio-campo que é o mesmo há já muitos anos e na frente é também um velho conhecido, Karim Benzema, que parece continuar jovem para sempre e faz companhia ao sangue novo de Vinícius Jr, a nova estrela da cidade de Madrid. O único clássico da temporada sorriu aos blancos, resta saber como vai ser o segundo…
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MF | 13/01 | 1-2 | 62' (p.b.) Unai Simón, 77' Yeray Álvarez, 81' Nico Williams | |||
MF | 12/01 | 2-3 a.p. | 41' Luuk de Jong, 84' Ansu Fati; 25' Vinícius Júnior, 72' Karim Benzema, 98' Fede Valverde |
2-3 a.p. | ||
Luuk de Jong 41' Ansu Fati 84' | Vinícius Júnior 25' Karim Benzema 72' Fede Valverde 98' |