A lotaria de quem pede meias

É fácil atribuir o favoritismo à equipa da divisão superior numa competição a eliminar, como é o caso da Taça de Portugal, mas nem sempre isso é justificado. Este duelo dos quartos de final entre Rio Ave, quinto classificado da II Liga, e o CD Tondela, 13º da Primeira, é exemplo disso mesmo.

É como Pako Ayestarán fez questão de sublinhar antes do jogo. É apenas «circunstancial» a presença da formação vilacondense num escalão inferior, pois se trata de uma equipa com história e infraestruturas dignas do primeiro escalão do futebol português.

O técnico do CD Tondela vai muito longe na desvalorização dessa diferença de escalões, e fá-lo com razão porque a equipa de Luís Freire não se tem encolhido perante equipas teoricamente superiores na Taça de Portugal. Como a figura da morte, que bate à porta e não espera por resposta, o Rio Ave surgiu à ombreira beirã após ter eliminado o Boavista e a Belenenses SAD, com capacidade para repetir a façanha.

À partida, estão reunidos fatores para um duelo equilibrado no Estádio dos Arcos, e como tal será uma verdadeira lotaria. Também a nível da história deste confronto é difícil separar estas duas equipas, que nesta ocasião têm meias como prémio para quem prevalecer.