Portugal x Alemanha. É este o jogo pelo qual os adeptos que acompanham a seleção nacional feminina mais esperam por estes dias.
A equipa das Quinas recebe, mais logo, a toda poderosa Alemanha e do lado luso só vem à cabeça a expressão eternizada por Rúben Amorim, em março de 2020 [quando foi apresentado no Sporting]: «E se corre bem?»
O registo entre as duas equipas está longe de ser positivo - quatro derrotas em quatro jogos oficiais, 41 golos sofridos e nenhum marcado -. Pelo meio, há um empate (1x1) de cariz amigável e o zerozero esteve à conversa com Sónia Silva, internacional portuguesa que marcou o único golo de há registo. Recorde aqui.
Por tudo isto, é com muita expectativa que se aguarda por este jogo. Até porque, se olharmos para os registos, o último encontro entre as duas seleções foi em 2004. Desde aí, passaram-se 17 anos e muita coisa mudou no futebol feminino europeu e, em particular, no panorama nacional. A Alemanha continua a ser das melhores seleções do mundo, mas Portugal está hoje mais perto dos grandes palcos, devido ao crescimento que registou na última década.
Neste momento, o conjunto liderado por Francisco Neto está a protagonizar uma das suas melhores séries - quatro vitórias e um empate nesta fase de qualificação - e já deixou bem claro que o seu objetivo é marcar presença no Mundial de 2023.
Para viajar para a Austrália e para a Nova Zelândia, Portugal tem de passar no primeiro lugar do grupo (apuramento direto) ou então ficar na segunda posição do grupo (play-off). Para isso, uma eventual vitória frente à Alemanha, colocaria Portugal no primeiro posto.
Do lado alemão, os números falam por sim. Número três do ranking mundial, vencedora de dois Mundiais e de oito Europeus, a seleção germânica vem a Portugal com um só objetivo: assegurar o apuramento direto para o Mundial o mais rápido possível.
Com várias figuras do panorama mundial, são vários os nomes que saltam à vista nas últimas convocatórias. Nesta qualificação, Lea Schüller, do Bayern Munique, tem sido a maior dor de cabeça para as defesas adversárias: cinco jogos e nove golos.
Para este jogo, Francisco Neto não abriu o livro, mas é expectável que a equipa das Quinas entre em campo com dois objetivos-chave.
Em primeiro lugar, apresentar a consistência defensiva que tem demonstrado [dois golos sofridos em cinco jogos], apagando desde logo da memória os pesados resultados sofridos diante da Alemanha - 9x0, 0x8,13x0 e 0x11 - e, numa fase secundária, demonstrar que pode criar perigo junto da baliza adversária. Até porque, contrariamente ao que tinha acontecido antes desta qualificação, parecem estar ultrapassadas as lacunas no último terço. Em cinco jogos, Portugal tem demonstrado muito caudal ofensivo e conta com 16 golos marcados.
Neste sentido, o onze e o sistema escolhido por Francisco Neto deve, acima de tudo, apresentar mais garantias a nível defensivo, de modo conter da melhor forma o poderio ofensivo alemão, mas sempre com armas que possam surpreender a equipa adversária.
Além da importância que este jogo tem nas contas do grupo, a seleção nacional quer, acima de tudo, deixar uma boa imagem perante a Alemanha. O confronto histórico é para esquecer e Portugal quer demonstrar, perante os seus adeptos, que é hoje uma seleção que se pode bater com qualquer uma, como já foi demonstrado em outras ocasiões.
Desde o sorteio que se sabe que a Alemanha é a seleção mais forte do grupo. Neste sentido, o conjunto alemão está consciente que uma vitória em Portugal é meio caminho para garantir, mais tarde ou mais cedo, o bilhete para a Austrália e Nova Zelândia. Por isto, e por muito que os alemães apreciem o Algarve como destino de férias, a viagem a Faro não vai ser de lazer para esta potência mundial.
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Portugal | Alemanha | |||
8 | 2 | Posição | 1 | 7 |
8 | 13 | Pontos | 15 | 7 |
8 | 16 | Golos marcados | 28 | 7 |
8 | 2 | Golos sofridos | 1 | 7 |
5 | Jogos | 5 | ||
8 | 3 | Golos Marcados | 9 | 7 |