Vitória curta. Curtíssima! O FC Porto derrotou o Milan por 1x0 e, mesmo tendo atingido o objetivo para este jogo, que mantém intactas as ambições de passagem à próxima fase (belas notícias que chegaram de Madrid, diga-se, com a vitória do Liverpool), ficou a clara sensação de que poderia ter havido outra margem de conforto.
As ausências do Milan (Maignan, Theo Hernández, Kessié, Rebic, Brahim Díaz) trouxeram limitações a Pioli e Sérgio Conceição soube gerir isso muito bem, discutindo bem o jogo na primeira parte e esperando pela segunda para explorar o desgaste de um adversário com pouco banco para reagir. Luis Díaz decidiu outra vez.
Foi aviso na conferência de antevisão, por Uribe e por Sérgio Conceição, que algo que não faltaria ao FC Porto era a atitude. Se a entrega costuma ser inegável, o desempenho e a concentração contra o Liverpool tinha deixado no ar uma espécie de dívida para com os adeptos. Agora, já puderam ser mais nas bancadas e não sobraram dúvidas de que a equipa quis corresponder de outra forma, desde o começo.
Com bola, os dragões quiseram chegar à frente e conseguiram-no. Wendell, mais no início, e João Mário, mais no fim da primeira parte, conseguiram auxiliar o ataque à vez e, guiados por um Sérgio Oliveira que parece finalmente retomar a sua onda positiva, foram capazes de explorar uma defesa remediada do Milan, que foi demonstrando aos italianos que não iriam estar descansados atrás.
Sem bola, foi uma equipa agressiva na pressão à dupla do meio-campo, impedindo que Bennacer e Tonali tivessem tempo para levantar a cabeça e conseguissem fluir jogo.
O aviso estava dado...
No regresso dos balneários, o FC Porto subiu a produção, não deixando o adversário respirar e criando várias oportunidades até conseguir marcar (e depois disso também). O golo surgiu por Luis Díaz e já era totalmente justificado, pois, mesmo que ambas quisessem ganhar, só uma das equipas parecia ter condições para isso.
A plateia ficou insegura com a entrada de Zaidu ao intervalo (algum problema físico de Wendell), mas rapidamente se percebeu que o camisola 12 estava mais concentrado desta vez, não destoando da equipa nem comprometendo com bola. Pioli percebeu a forte entrada portista, tentou responder com uma tripla alteração, mas o embalo já estava criado e o golo surgiria logo a seguir, mesmo já com Ibrahimovic em campo.
E não é exagero: depois do golo, jogaram-se mais 30 minutos e nunca se sentiu que os três pontos estavam realmente ameaçados. Mérito de um FC Porto que tem, apesar da riquíssima história do Milan, muito mais traquejo europeu que o seu adversário.
Nenhum adepto saíra do Dragão conformado contra o Liverpool, pois, apesar de o adversário ser individualmente melhor, ficou a sensação de que a equipa esteve muito abaixo do que é capaz. Com esta exibição, o grupo portista devolveu à plateia o orgulho.
Apesar de debilitado, o Milan tinha no ataque Giroud, Leão e depois Ibrahimovic. Nomes que cabiam em qualquer plantel do mundo, mas que foram vulgarizados no Dragão. Demérito próprio misturado com os louros que têm de ser atribuídos a Pepe e Mbemba. Imperiais.