Inédito! Pela primeira vez, o Manchester City vai marcar presença na final da Liga dos Campeões. A equipa de Rúben Dias, Bernardo Silva e João Cancelo eliminou o Paris SG, confirmando em casa a ideia que já tinha ficado em França: os Citizens são superiores a este Paris SG, especialmente quando Mbappé não sai do banco de suplentes.
Falar da Superliga Europeia já não está na moda e até podia não fazer sentido recordar esse tema quando o Paris SG nem iria fazer parte dessa elite do futebol europeu, mas o confronto entre Manchester City e Paris SG leva-nos imediatamente a pensar nos milionários do futebol. Neste encontro entre novos milionários à procura de conquistar a sua primeira Liga dos Campeões, o Manchester City fez história ao apurar-se pela primeira vez para a final da competição.
Depois de terem falhado a conquista da Champions do ano passado, os parisienses apostavam tudo na visita ao Estádio Etihah, afetado por queda de granizo perto da hora de jogo. Os franceses traziam uma desvantagem de 1x2 para este jogo, mas acima de tudo não contavam com Mbappé, que não saiu do banco por problemas físicos.
Seria um jogo mais coletivo também por causa disso, embora Neymar, Di Maria e Verratti tenham tentado pegar na equipa de Pochettino, que até entrou bem e ameaçou cedo a baliza de Ederson. Num bloco mais baixo do que é habitual, a formação de Guardiola mostrava respeito pelo adversário, até porque a vantagem do jogo em Paris permitia controlar este segundo jogo em Inglaterra, mas pouco depois dos 10 minutos ficou tudo mais fácil.
Como se fosse um médio-ofensivo, Ederson colocou um passe perfeito para Zinchenko e o contra-ataque mortífero dos Citizens fez a diferença, com Mahrez a encostar ao segundo poste após um desvio a um remate de Kevin de Bruyne. A partir daqui «bastou» defender bem.
Sem ter tanta bola como é habitual, a equipa de Guardiola concentrou praticamente todas as forças em manter protegida a baliza de Ederson, que depois de alguns momentos de perigo - Marquinhos à barra e Di María quase a aproveitar um erro de Bernardo Silva - acabou por regressar aos balneários «fresco como uma alface».
Sempre mais focada no ataque do que na defesa, a equipa de Pochettino sentiu muitas dificuldades para lidar com os contra-ataques ingleses. Faltava intensidade, mas faltava acima de tudo confiança. Os parisienses pareciam sentir que a eliminatória estava perdida e só através de rasgos individuais havia algum incómodo para a defesa do Manchester City, que voltou a contar com uma dupla de centrais irrepreensível (mais uma enorme exibição de Rúben Dias!) para ajudar a aparar os ténues golpes dos franceses.
Foi novamente depois de uma jogada de relativo perigo do Paris SG, que nem acabou em remate à baliza porque Rúben Dias deu o corpo às balas, que o Manchester City voltou a festejar e sentenciou em definitivo a eliminatória, novamente com Mahrez a aparecer solto a finalizar após passe de Foden.
Sem Mbappé, com Icardi completamente apagado, sem estofo e sem controlo. Ao contrário do que se esperava, o Paris SG acabou por não dar luta nesta meia-final com o Manchester City e a expulsão de Di María por pisão propositado a Fernandinho espelha o que foi o jogo da equipa francesa.
Desta vez os milhões parisienses (ou com destino a Paris) não chegaram à final. Serão os milhões ingleses (ou com destino a Inglaterra) suficientes para fazer melhor do que o campeão francês já esta época? A final já é inédita, mas como todos sabem «as finais não se jogam. Ganham-se!».
A equipa de Guardiola parece ter subido um patamar e agora a mentalidade é outra. Perante um adversário que ia partir para cima, o Manchester City jogou com algumas cautelas, mas não deixou de procurar o talento na frente, que tem e deve usar sempre que possível. Nestes jogos nem sempre é possível, mas quando aparece a oportunidade o truque é não vacilar e Mahrez não vacilou (nem Foden ou de Bruyne).
O facto de Mbappé estar no banco de suplentes não explica tudo. Houve pouco Paris SG e só por mérito de Di María, Verratti ou Neymar deu para ver algo do que os parisienses tinham para mostrar. Foi pouco.