Confirmada a suspensão da Superliga Europeia para «remodelação», depois da maioria das 12 equipas fundadoras terem abandonado o projeto por pressão dos adeptos, resta a Florentino Pérez o desapontamento de uma implosão que não esperava.
O presidente do Real Madrid e da suposta prova da elite europeia finalmente falou em entrevista à Cadena SER (rádio espanhola), depois de uma reunião de emergência ter impedido uma conversa mais cedia, e garantiu que ainda acredita no projeto, defendendo apenas que este não foi bem entendido pelo mundo do futebol:
«Estou muito triste e desapontado porque estamos a trabalhar neste projeto há cerca de três anos e talvez não tenhamos sido capazes de explicá-lo. Talvez não tenhamos explicado bem, mas eles também não nos deram a oportunidade de explicar», disse o dirigente merengue.
«O formato da Champions League é antigo e só interessa a partir dos quartos-de-final. Claramente não funciona. Então pensamos que poderíamos ter um formato em que as equipas mais importantes da Europa se enfrentassem desde o início da temporada. Fizemos os cálculos e sentimos que poderíamos ganhar muito mais dinheiro, que seria mais dinheiro para as outras equipas também».
«Foi como se tivéssemos matado alguém. Foi como se tivéssemos matado futebol, mas estávamos a tentar descobrir como salvar o futebol. A FIFA criou um grande espetáculo, como se fosse uma bomba atómica, e nunca vi tanta agressividade do presidente da UEFA», atirou.
O espanhol de 74 anos falou ainda sobre as equipas inglesas, dizendo que a saída começou com um emblema que estava relutante desde o início: «Houve uma parte do grupo inglês que não teve muito interesse, não direi quem. Acho que acabou por tornar-se contagioso com os outros e saíram por causa da má atmosfera».