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    Jovens Talentos com... Ricardo Lopes

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    É uma das jóias da coroa quando se fala da aposta do SC Braga/AAUM na prata da casa. Tem 20 anos, chama-se Ricardo Lopes e é o convidado do zerozero para a edição de março da rubrica Jovens Talentos.

    Uma paixão desde pequeno

    Apesar de ainda só ter 20 anos, a ligação de Ricardo Lopes ao futsal é já bem longa. O primeiro contacto com a modalidade surgiu na escola e, em 2011/12, integrou os escalões de formação do Gualtar. «[A carreira] Começou desde muito pequeno. Já não me lembro quantos anos tinha, uns oito ou nove. A minha escola começou uma atividade de futsal e depois o responsável por essa atividade pegou em mim e em mais alguns miúdos e levou-nos para o Gualtar. Foi onde comecei», recorda o fixo bracarense.

    ©SC Braga
    Ficou em Gualtar durante quatro anos e até decidir mudar de ares, ainda que dentro da cidade dos arcebispos. O clube passou a ser o Nogueiró e Tenões, onde Ricardo chegou em 2015 e ficou até 2018, ano em que se mudou para o clube que ainda hoje representa. No total, foram sete temporadas até chegar àquele que é o maior emblema do Minho na modalidade e pelo meio houve espaço para outras experiências. «Na altura de passar de iniciado para juvenil, tive essa curiosidade [de experimentar o futebol]. Ainda joguei uns torneios, mas não era a mesma coisa», conta-nos o jovem.

    A verdadeira paixão é pelas quadras e foi a elas que Ricardo Lopes dedicou os últimos 12 anos. Parece que é já uma carreira longa, e é, mas ao mesmo tempo está ainda a começar, com 2020/21 a ser o ano de afirmação do fixo português... que é cauteloso na hora de escolher as palavras. «A minha melhor época... é um bocado cedo para se falar assim. É, de certeza, a época em que tive mais oportunidades para me mostrar. É muito diferente estar a jogar num campeonato nacional de juniores, ou até na distrital, e de repente estar a jogar na primeira divisão. É a melhor época para mim como jogador para evoluir, digamos assim».

    A melhor época numa equipa jovem

    Há algum receio de Ricardo Lopes em falar na melhor época da carreira, mas os números fazem crer que seja. Esta temporada, o jogador de 20 anos leva 27 jogos e quatro golos nas pernas com a equipa principal bracarense, um registo superior ao de todos os anos anteriores e que pode ser explicado pela maior aposta do clube na formação. «Sim, também tem muito a ver [a mudança da política do clube] e tem a ver com o Covid e isso tudo. Se o Braga não apostasse mais na casa e tivesse ido buscar mais gente e apostado noutros jogadores, eu podia não ter o mesmo espaço que estou a ter agora e, se calhar, não me tinha mostrado tanto como estou a mostrar», explica.

    qÉ a melhor época para mim como jogador para evoluir
    Ricardo Lopes
    A aposta na juventude traz, de forma inerente, alguma inexperiência e na visão de Ricardo Lopes isso explica, em parte, o problema que a equipa do SC Braga/AAUM tem tido em "matar" os jogos e que já custou alguns pontos.

    «Também acredito que tem um pouco a ver com isso», diz o atleta, que ainda assim atribui um peso maior à falta de acerto na finalização. «Tem acontecido muito [não conseguirem fechar os jogos]. Nós jogamos bem e criamos oportunidades para fazer golo, só que uma coisa é criar oportunidades e outra coisa é marcar golo. Acho que precisamos de ter mais calma, eu inclusive, que já falhei muito esta época. A equipa tem pecado nisso, à frente da baliza não tem decidido tão bem como devia decidir, e às vezes no último passe», acrescenta.

    «Nós jogamos bem e batemo-nos bem com as outras equipas, mas o problema às vezes é isso que aconteceu com o Eléctrico [empate a quatro golos depois de terem estado a vencer por 1x4], o jogo do Fundão cá em casa aconteceu o mesmo, tivemos muitas oportunidades. Sinceramente, de momento, é o que nos está a faltar. Temos jogado bem, só que a finalização tinha de ser melhor e isso já nos custou vários pontos», conclui.

    ©SC Braga
    As perdas de pontos em jogos que pareciam fechados, em conjunto com um arranque conturbado de temporada, levam o SC Braga/AAUM a ocupar atualmente o oitavo lugar, com 34 pontos. O registo está, por isso, ainda longe daquele que era o objetivo da equipa.

    «O objetivo era ficar no top-4, mas, infelizmente, estamos muito longe disso. Começámos mal a época, mas, felizmente, agora a equipa voltou aos eixos e jogo a jogo temos cumprido aquilo que o treinador diz e tem-se demonstrado nos jogos que temos vindo a melhorar muito e é isso que esperamos fazer daqui para a frente».

    Quatro derrotas nos primeiros sete jogos da temporada ditaram o fim da era Paulo Tavares em Braga. Pouco tempo depois, Bruno Guimarães foi apresentado como o novo técnico arsenalista, a equipa deu a resposta e hoje tem apenas uma derrota nas últimas 13 partidas do campeonato. Afinal, o que trouxe o novo técnico ao coletivo bracarense? «Veio mudar um bocado as coisas. Acho que a equipa precisava também de crescer um bocado, porque tem muita malta nova, e acho que também com o passar dos jogos os mais novos foram evoluindo, foram contribuindo mais para o jogo e a equipa foi-se conhecendo cada vez melhor», diz o fixo de 20 anos.

    O melhor ainda está por chegar

    Ao longo da presente época, as qualidades defensivas de Ricardo Lopes têm sobressaído no coletivo minhoto. Por isso mesmo, conversamos com o jovem sobre essa vertente e o mesmo não esconde ser a sua principal arma. Contudo, deixa o aviso de que há muita coisa ainda por mostrar: «Há algumas [armas] ainda escondidas, que não tive o à vontade para mostrar. Também podemos dar sempre mais do que o que damos, mas claramente que a nível defensivo posso dizer que é onde sou melhor».

    ©Zé Paulo Silva

    E porque a ocasião praticamente obrigou, questionamos o internacional pelas camadas jovens de Portugal sobre o pivot mais difícil de defender e este não precisou de pensar muito para chegar à resposta: Cardinal.

    «O Cardinal. Foi o pivot mais difícil que eu defendi. Na primeira volta deu-me muitos problemas. Eu não estava habituado, nunca o tinha defendido e ele rodou sobre mim algumas vezes e eu fiquei a pensar "fogo, o que é que estou para aqui a fazer". Depois também me fui habituando, mas claramente foi o jogador mais difícil de marcar», desabafa.

    Falámos em internacional pelas camadas jovens de Portugal e isso leva-nos obrigatoriamente à edição de 2019 do Campeonato da Europa de sub-19. Ricardo Lopes integrou a comitiva portuguesa que caiu nas meias-finais na Letónia, frente à seleção croata, quando toda a gente antecipava uma final ibérica.

    ©UEFA
    «Esse Europeu... a meia-final contra a Croácia, acho que faltou um bocado de cabeça só. Tínhamos tudo para ir à final com a Espanha, toda a gente estava a contar que fôssemos nós e a Espanha à final, mas, infelizmente, não conseguimos. Acho que foi só cabeça fria que nos faltou para conseguir chegar à final», diz Ricardo acerca de uma meia-final em que a seleção lusa sofreu o empate dentro do último minuto e voltou a permitir a igualdade na reta final do prolongamento, antes de cair nas grandes penalidades.

    No que toca ao futuro, Ricardo Lopes não foge à regra quando se fala de seleção A: «É uma coisa que está na cabeça de qualquer jogador português. Espero conseguir lá chegar, de preferência o mais rápido possível», afirma. Porém, não é um objetivo quase obsessivo, já que as prioridades do fixo estão bem ordenadas: «Por enquanto vou-me focar mais no Braga e na universidade e depois vamos ver até onde se vai».

    Uma vida dupla já a pensar no futuro

    Pode parecer estranho ouvir Ricardo Lopes falar em vida depois do futsal, tendo em conta que a caminhada ainda mal começou. No entanto, o jovem jogador tem já bem presente a ideia de que haverá um dia em que as sapatilhas terão de ir para o armário e, portanto, será preciso arranjar outra coisa para fazer. É, de resto, com esse intuito que o jogador do SC Braga/AAUM se está a licenciar em Engenharia Civil pela Universidade do Minho e ainda que a vida académica não seja fácil de conciliar com a vida profissional, Ricardo segue os passos de muitos outros protagonistas do nosso futsal e faz o esforço.

    qPor enquanto vou-me focar mais no Braga e na universidade e depois vamos ver até onde se vai
    Ricardo Lopes

    «É um bocado complicado conciliar as duas coisas. Estou a estudar Engenharia Civil e o problema também é que é em Guimarães, ou seja, não é bem perto. Mas é preciso um bocado de esforço e tudo se consegue. Organizando bem o tempo, tudo é possível. São duas carreiras que quero seguir, porque o futsal não dura para sempre e espero ter outra coisa para quando isto acabar», conta. Antes disso há, no entanto, toda uma carreira pela frente e com ela, como é natural, sonhos por realizar.

    O SC Braga/AAUM e a universidade são a prioridade nesta altura para Ricardo Lopes, isso é ponto assente. Mas, terminada a vida académica, haverá predisposição para outros voos, ainda que relativamente curtos. «Gostava muito de, depois de já ter acabado o curso e isso tudo, jogar em Espanha. É uma liga muito competitiva e acho que qualquer um gostaria de lá jogar. Mas, como disse, por enquanto tento concentrar-me mais no Braga no momento, na universidade também, que tenho de a acabar. Estou mais focado no presente do que propriamente no que posso conseguir alcançar», diz.

    ©Diana Carvalho
    Chegamos ao fim da conversa, após mais um treino da equipa bracarense, mas ainda há tempo de saber que referências tem Ricardo Lopes na modalidade antes de o mandar ao banho. E não há nenhum nome que se destaque.

    «Não tenho nenhumas. Tenho as referências aqui do clube, que são jogadores de seleção A, são as referências que tenho. Referências assim que olho desde mais pequeno, desde há alguns anos, nunca tive nenhuma. Tenho é jogadores que me ensinam muito. O Braga, desde que cá estou, teve sempre jogadores muito importantes. Teve o André Machado, teve o Nilson, agora o Vítor Hugo, o Miguel Ângelo e muitos outros que me ajudaram sempre a crescer».

    Crescer é a palavra de ordem e Ricardo Lopes ainda tem muito espaço para evoluir. Por agora, já ganhou o seu espaço em Braga e vai-se mostrando como um dos fixos mais talentosos do nosso campeonato.

    ©SC Braga



    Portugal
    Ricardo Lopes
    NomeRicardo José Pires Coelho Pereira Lopes
    Nascimento/Idade2001-02-26(23 anos)
    Nacionalidade
    Portugal
    Portugal
    PosiçãoFixo

    Fotografias(68)

    AMCO Arena vê Taça de Portugal pela primeira vez
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