Os dois golos que marcou na vitória histórica do Marítimo no Estádio do Dragão (2x3) colocaram Rodrigo Pinho na ribalta. Mas essa foi apenas uma das várias exibições de alto nível do avançado, que até chegou a liderar a lista dos melhores marcadores da Liga NOS. A verdade é que, depois de um início promissor, a época dos insulares deu uma volta para pior...
Na paragem para as seleções, o brasileiro esteve à conversa com o zerozero e a vitória ao FC Porto foi um dos temas abordados, assim como o mau momento da equipa e as críticas ao estilo de jogo de Lito Vidigal. Perto do fim, ainda houve espaço para uma declaração curiosa sobre o seu futuro.
zerozero (ZZ): Tens cinco golos marcados em sete jogos. À quarta jornada era um recorde do clube. Este é o teu melhor arranque da carreira?
Rodrigo Pinho (RP): Penso que sim. Individualmente foi um início de campeonato muito bom, não só pelos golos, mas também pelas exibições. Foram também três prémios de homem do jogo nesse início. Só queria que a equipa estivesse com mais pontos. Começámos bem, tivemos a vitória contra o Tondela, depois o FC Porto, mas caímos um pouco de produção. Temos trabalhado forte e aproveitado essa paragem do campeonato para consertar alguns erros e voltar às vitórias.ZZ: 11 golos marcados, o teu máximo numa só temporada. Qual é objetivo?
RP: O meu pensamento é passar essa marca dos onze golos. Na época passada fiz nove, mas também não joguei tanto como na primeira. O meu maior objetivo é passar essa marca. Mas também vai depender muito dos minutos que vou ter. Há muito campeonato pela frente.
ZZ: Fala-me daquele jogo no Dragão…
ZZ: Depois disso, quatro jogos, um empate e três derrotas… Como explicas o momento atual?
RP: O campeonato é muito igual, os jogos são muito parecidos. As equipas também são muito parecidas, estudam-se muito, toda a gente sabe bem que o adversário vai fazer. Então temos de procurar estar sempre a fazer alguma coisa diferente no jogo para poder surpreender o adversário. Jogámos contra o Portimonense, partimos na frente, e contra o Famalicão também. Nesses dois jogos acabámos por sofrer a reviravolta e os golos do empate foram de bola parada. Falta um pouco de atenção, de uma concentração maior de todos. Os jogos vão ser definidos nos detalhes, como são todas as equipas parecidas.
ZZ: Sentiram que mereciam outro resultado?
ZZ: A paragem pode servir para dar a volta aos acontecimentos?
RP: Nós temos trabalhado forte, mas infelizmente não tem sido o suficiente para conseguir mais pontos. Queríamos e podíamos estar com mais pontos. Esta paragem é boa para podermos trabalhar ainda mais, ver o que temos errado. Temos agora o jogo da Taça em Penafiel, que precisamos de vencer para recuperar a confiança de todos, para depois, quando voltar o campeonato, estarmos bem num jogo difícil, contra o Benfica.
RP: O mister tem passado sempre confiança e dado liberdade nas minhas movimentações. Essa confiança foi o que faltou nas minhas primeiras épocas aqui, ter uma sequência, que não tive no início, só na época passada, com o José Gomes. Quando eu tenho mais minutos, consigo ganhar essa confiança e mostrar o meu futebol.
ZZ: Que comentário fazes às críticas que o Marítimo tem recebido?
RP: Eu acho que é muito exagerado. Reclamaram muito no jogo contra o Tondela, onde nós tínhamos um jogador a menos desde os 30 minutos da primeira parte. Querendo ou não, temos de baixar as linhas e jogar nas transições, é normal. Eu vejo as equipas grandes a fazer isso noutras competições, quando estão a vencer, a baixar um pouco e a tentar segurar o jogo. É exagerado, na minha opinião.
ZZ: Chateia-te o facto de não incluírem o teu nome quando se discute o melhor avançado da Liga?
ZZ: Há alguma equipa que te tem surpreendido?
RP: Sempre gostei da maneira de jogar do Famalicão, desde a época passada. São uma equipa que procura ter sempre a bola, sem medo de sair de trás, a trocar. É uma maneira de jogar que me agrada e que vejo com bons olhos. O Boavista também está com uma grande equipa, tem o Angel Gomes com muita qualidade, um jogador acima da média.
ZZ: E em relação ao futuro? Pensas no salto para um grande?
RP: Este é o meu último de contrato com o Marítimo. Vou procurar dar o meu melhor para ajudar o clube nos seus objetivos e para chegar ao fim sem olhar para trás. Em relação ao meu futuro, acho que tenho condições de dar o salto, como disse. Tenho esse objetivo de jogar em ligas maiores, mais competitivas e vou trabalhar para isso.
ZZ: Se tivesses de escolher uma país para jogar, qual seria?
RP: Eu escolheria Espanha. Pelo toque de bola e pela maneira como as equipas jogam.