Três adeptos do Vitória SC impedidos de entrar em estádios devido ao Caso Marega

Três adeptos do Vitória SC foram esta sexta-feira impedidos pelo Tribunal de Guimarães de entrar em recintos desportivos como medida preventiva, segundo avança o Jornal de Notícias. Esta sentença remonta ao Caso Marega, quando o avançado do FC Porto foi alvo de alegados insultos racistas da parte de adeptos vitorianos.

Depois de terem começado a ser ouvidos na passada sexta-feira, dia 25 de setembro, os três adeptos do Vitória de Guimarães indiciados pelo crime de discriminação e incitamento ao ódio e à violência - punido com pena de prisão de seis meses a cinco anos -, ficaram agora a saber que estão impedidos de entrar em recintos desportivos. 

Os três arguidos negaram em tribunal ter proferido insultos de teor racista para com Moussa Marega e irão agora aguardar julgamento com a medida de coação de interdição de entrada em recintos desportivos, além da obrigatoriedade de apresentação no órgão de polícia criminal da respetiva residência sempre que jogue o Vitória SC.

O caso remonta a 16 de fevereiro deste ano, quando o FC Porto visitou o Vitória SC, em jogo a contar para a 21.ª jornada do campeonato. Na altura, Marega abandonou o jogo à passagem do minuto 69 devido aos vários cânticos racistas de que estava, alegadamente, a ser alvo. 

Os três arguidos em questão encontravam-se neste jogo na bancada Sul, habitualmente designada para a claque do clube vitoriano, a apenas 50 metros do avançado portista. Foram constituídos arguidos após as câmaras de videovigilância do estádio os terem filmado a dirigir palavras destinadas ao avançado maliano, no momento em que este abandonava o relvado.

O Ministério Público (MP) acredita que os mesmos estavam a entoar cânticos a imitar o som de macacos, apoiando-se nessas tais imagens de câmaras de vigilância, onde os arguidos surgem com uma expressão facial designada de "boca de peixe", enquanto gesticulam com os braços para a frente e para trás, imitando, alegadamente, esse animal. Estes são, para já, os únicos arguidos deste caso, uma vez que o MP tem dificuldade em identificar os vários adeptos que estavam presentes na bancada onde os insultos começaram devido à fraca qualidade do áudio e do vídeo das câmaras naquela bancada.