Um duelo de promovidos onde quem terminou em primeiro (não foi declarado campeão pela Liga) saiu vitorioso. No reencontro entre Farense e Nacional, um golo de Riascos bastou para a formação madeirense derrotar os algarvios e somar o primeiro triunfo no regresso à principal divisão do futebol português.
18 anos depois, o Farense regressou ao Algarve em jogos da Primeira Liga, embora o regresso ao São Luís esteja adiado para finais de outubro. No Estádio Algarve, a equipa de Sérgio Vieira esteve por cima durante grande parte do encontro, mas tal como já tinha acontecido na visita ao Moreirense faltou eficácia aos Leões de Faro, que tiveram as melhores ocasiões da primeira parte, mas continuam sem marcar golos neste regresso ao principal escalão do futebol português.
Num jogo de estilos distintos, a partida começou com um ritmo agradável. O Nacional ganhava brilhantismo quando a bola chegava aos pés de Thill e Koziello e foi numa tabela simples entre os dois criativos que surgiu o lance de maior perigo da formação insular em toda a primeira parte. Na baliza, Hugo Marques, em estreia a titular na Liga, respondeu a Daniel Guimarães, que na primeira parte já tinha sido chamado a intervir num par de ocasiões, uma delas a impedir um golo de Stoljikovic que parecia quase certo.
O Farense estava mais objetivo e mesmo com poucos homens em zona de ataque conseguia chegar a áreas de finalização com poucos toques, especialmente quando a bola passava por Ryan Gauld e Jonathan Lucca, ambos em evidência com bola no primeiro tempo. Ao intervalo, o nulo deixava mais insatisfeito o Farense do que o Nacional, que exceção feita a algumas tentativas de Camacho e arrancadas de Riascos tinha feito pouco para chegar à vantagem. O início da segunda parte foi em tudo parecido, com a ineficácia a ser uma constante na equipa algarvia.
Sem capacidade para ter bola, Luís Freire surpreendeu na hora de mexer na equipa. Koziello e Thill foram substituídos, numa intenção clara daquilo que o Nacional procurava para a segunda parte - mais velocidade e verticalidade no ataque à baliza do Farense. Riascos e Gorré eram lançados com bolas longas, mas foi com a bola no pé que o colombiano decidiu a partida. A defesa do Farense recuou em demasia e deixou espaço em frente à grande área. Riascos não se fez rogado e disparou uma bomba que Hugo Marques não conseguiu parar. Se no momento das alterações as escolhas de Luís Freire pareceram estranhas, agora tudo fazia sentido e com mais poderio físico o Nacional tinha o jogo na mão.
Em contraste com aquilo que tinha feito na primeira parte e nos minutos que antecederam o golo, o Farense não teve discernimento nos momentos ofensivos e desperdiçou vários lances de perigo, em particular no lado direito do ataque, onde Alex Pinto cometeu várias falhas no capítulo da definição. Sem algum poder de fogo e já a jogar mais com o coração do que com a cabeça, o Farense não conseguiu sequer aproximar-se do empate e acabou por ser infeliz no regresso ao Algarve, que não coincidiu com o regresso aos golos e às vitórias. Por outro lado, o Nacional, campeão da Segunda Liga na época passada, ainda não perdeu e soma agora quatro pontos depois de um daqueles jogos em que o resultado acabou por ser melhor do que a exibição.
Luís Freire reconheceu, em campo, que as suas ideias não estavam a resultar e decidiu mudar o estilo. As trocas foram eficazes e daí resultou o golo da vitória.
Péssima reação da equipa de Sérgio Vieira. As alterações não fortaleceram a equipa, pelo contrário, e o Farense cometeu erros infantis que impediram os algarvios de criarem ocasiões de golo após o 0x1 de Riascos.
Arbitragem segura num jogo bem disciplinado, ainda que com alguns duelos físicos bem durinhos.