Graça-Freitas sobre Sporting x Gil Vicente: «É decisão da autoridade de saúde local»

A diretora-geral de Saúde Graça Freitas falou esta quarta-feira sobre o jogo que coloca frente a frente as duas equipas mais afetadas pelo covid-19 em Portugal, Sporting e Gil Vicente, e que está por esse motivo em risco. Segundo a líder da DGS, essa decisão vai sempre pertencer à autoridade de saúde local.

«A responsabilidade por avaliar localmente as condições que existem para um jogo se realizar, ou não, é da autoridade de saúde local. Se a decisão for difícil, a autoridade de saúde local pode reunir com a regional e a regional com a nacional e tomaremos a decisão em conjunto», explicou Graça Freitas, antes de caracterizar este caso como um «totalmente diferente do panorama habitual»:

«Quando acontecia, era um caso, um jogador ou elemento da equipa técnica que estava infetado. Nesta situação estamos a falar de surtos e portanto, dentro de cada equipa, vamos ter pessoas divididas em vários grupos. Vamos ter os positivos, que obviamente não vão jogar porque são doentes e estão em isolamento. Depois, podemos ter outro quadrante de pessoas que estão em quarentena porque foram contactos de alto risco e ainda outros jogadores noutro grupo que, ou não foram contacto e estão a fazer a sua vida normal, ou foram contactos de baixo risco. Isto é uma situação complexa».

«Neste momento, o que posso dizer que os meus colegas que acompanham as duas equipas estão a fazer tudo para ver se há condições que a 1ª Liga se inicie quando está programada. Dito isto, se houver, é o adiamento do jogo. Isto, se não for de todo possível. Não é parar a 1ª Liga. Os outros jogos vão continuar a realizar-se», disse, garantindo que apesar do acompanhamento próximo não lhe cabe a si decidir.

Outro tema abordado foi o tempo de quarentena que será imposto aos jogadores, que poderá deixar de ser 14 dias e passar a ser apenas 10, como é já em alguns países:

«De facto, os dez dias são consensuais para casos positivos porque é mais fácil seguir o percurso de alguém que fez um teste do que acompanhar um contacto de um positivo. Começa a haver algum consenso à volta dos 10 dias, o que seria uma ótima notícia porque se encurtaria dos 14 para os 10 dias. Mas temos que ser cuidadosos para não aumentar o risco», concluiu a diretora-geral de Saúde.