Lançado por Bruno Lage a meio da época passada, Florentino foi um daqueles jovens que não estranhou o peso da ocasião e que ajudou o Benfica a reconquistar o título nacional, numa recuperação que chegou a parecer impossível e que foi feita às custas, também, do talento fabricado no Seixal, nos pés de Ferro, João Félix, Rúben Dias ou Jota.
Muita coisa mudou entretanto no Benfica. O estado de graça acabou, alguns dos protagonistas saíram, por motivos completamente diferentes, Florentino, por outro lado, desapareceu, sem que algum problema físico explicasse uma ausência de tanto tempo. O médio começou por perder espaço para Taarabt, depois para Samaris, mais tarde para Weigl, reforço que custou aos cofres encarnados 20 milhões e que vem merecendo a confiança de Lage e de Veríssimo, mesmo com exibições inconstantes. Começou por falhar titularidades, depois um mínimo de minutos, antes de ficar várias vezes na bancada e fora dos convocados.
Apesar de nestes últimos meses ter sido utilizado na Liga Europa e na Taça de Portugal, Florentino completou contra o Vitória de Guimarães os primeiros minutos em toda a segunda volta do campeonato. O médio não jogava na primeira divisão desde a visita aos Açores, a nove de novembro, antes de entrar para substituir um Weigl a pisar o risco da expulsão.
E porque motivo este internacional sub-20 por Portugal andou tanto tempo afastado da competição, terão pensado alguns adeptos do Benfica. Florentino, durante uma hora, sensivelmente, foi um dos mais fiáveis jogadores encarnados, acabando a partida entre aqueles que melhor passaram a bola e que mais vezes impediram o perigo do adversário.
Vejamos, Florentino acabou a partida com mais de 90% de eficácia no passe - apenas os centrais Rúben Dias e Jardel, além de Chiquinho, conseguiram uma melhor percentagem - e com mais de 92% se tivermos em conta apenas a distribuição feita para o meio-campo contrário - só Weigl, na meia hora inicial, fez melhor. Defensivamente, apresentou-se consistente e seguro, quer nas interceções (2), quer nos desarmes (4), quer nas recuperações (3).
No final, Veríssimo elogiou o comportamento do jovem médio, que teve de esperar mais de meio ano para voltar a ser minimamente útil. Ainda irá a tempo de recuperar o protagonismo perdido?
2-0 | ||
Chiquinho 37' Haris Seferovic 87' |