Superioridade clara, momentos de bom futebol, consistência defensiva, os mais novos a aparecerem, os mais velhos a assumirem a responsabilidade. Fez-se destes ingredientes mais uma vitória do FC Porto, por 5x0, diante do Belenenses SAD.
Numa demonstração de competência, os azuis e brancos compensaram na segunda parte aquilo que não fizeram na primeira. Os segundos 45 minutos cheiraram mesmo a campeão.
Não deixou de surpreender tudo e todos, ainda antes do apito inicial. Pela quantidade, pelos nomes apresentados, por aqueles que ficaram de fora. Foi um Belenenses SAD em modo revolução, aquele que se apresentou no Dragão. Sete mudanças em relação à equipa que tinha empatado contra o Tondela, mas, mais do que isso, ausências importantes, como as de Licá ou Cassierra, figuras nas últimas semanas de Petit.
Sérgio Conceição, por outro lado, manteve a confiança naqueles que tinham ganho, mas que não tinham deslumbrado, na Capital do Móvel. Apesar da sobrecarga de jogos, apesar dos muitos jovens talentosos e frescos nesta altura do campeonato, o técnico azul e branco chamou só à titularidade Sérgio Oliveira, um indiscutível por estes dias.
As duas primeiras dezenas de minutos deixaram, por certo, os adeptos portistas a suspirar por sangue novo, por alguém que conseguisse sair da norma, que tivesse arte e engenho para ludibriar uma organização defensiva rígida. A bola circulava de um lado ao outro, mas de forma muito lenta e previsível, tão previsível que um Belenenses SAD longe da sua melhor forma teve tempo para assustar Marchesín num par de ocasiões.
O Dragão não estava confortável, Sérgio Oliveira e Uribe desesperavam por soluções, Marega e Soares atrapalhavam-se constantemente, até porque a bola pode fazer confusão quando os dois avançados procuram quase sempre os mesmos movimentos. Era um líder de fluidez quase nula.
A recuperação começou, pois bem, à Porto...de Conceição, entenda-se. Cruzamento teleguiado e Soares rei nas alturas, outra vez. O golo deu confiança, as combinações começaram a surgir, com destaque para o entendimento da meia direita, e o líder chegou mesmo a aumentar o score, mas a mão de Uribe foi marota. Teria sido justo pelo dominío a partir dos 20 minutos, mas injusto pela incapacidade inicial.
Se o final do primeiro tempo já tinha sido relativamente bom, o início da segunda parte, não sendo extraordinário, confirmou a ideia de um FC Porto a crescer com o passar dos minutos. É certo que a queda do adversário ajudou, mas as combinações entre Corona-Otávio-Sérgio Oliveira iam deixando o golo a pairar. Era praticamente certo, mantendo-se as coisas como estavam, que ele aparecesse na baliza de Koffi.
Assim foi. E se o primeiro golo já tinha sido um daqueles made-by Conceição, o segundo momento de alegria azul e branca partiu também de uma jogada clássica. Marega percebeu todo o espaço nas costas da defensiva contrária, Corona percebeu a intenção do maliano e ninguém pôde evitar o inevitável. Tudo praticamente resolvido.
Conceição percebeu que o conforto do resultado podia permitir a entrada dos mais novos, daqueles que estão sedentos de minutos. Entraram Fábio Vieira, Vítor Ferreira e Fábio Silva, mas foi outro ligeiramente mais experiente (Díaz) a ganhar uma grande penalidade e uma ainda maior oportunidade. Telles, outro dos mais experientes, não vacilou e o triunfo começou a ganhar, aí, contornos de goleada.
Tudo acabado? Nada disso. Díaz, que entrou também muito bem, correu um sem número de metros com a bola dominada e fuzilou a baliza adversária. Um golo que teria deixado o clima de euforia ainda mais vivo, caso o estádio enchesse, mas, essencialmente, um golo que passa uma imagem de quase campeão a este FC Porto. Tic-Tac.
Deu, basicamente, para tudo. Depois de uma primeira parte mais complicada, o FC Porto apareceu autoritário e dominador nos segundos 45 minutos. O futebol teve outra fluidez e os golos apareceram com naturalidade. E o miúdo Fábio Vieira brilhou com um belo golo.
Com sete mudanças em relação ao último onze, o Belenenses SAD merece elogios pela entrada em campo. Ainda assim, a partir dos 20 minutos, a equipa de Petit desapareceu de vez, não mostrando nesses minutos capacidade para colocar em causa o triunfo azul e branco.