Houve boas ideias, bons protagonistas, qualidade nos dois campos, mas só uma equipa conseguiu materializar o talento no resultado. O Vitória voltou a ganhar fora, desta vez por 0x3, diante de um Tondela infeliz e algo perdulário. Uma diferença que valoriza o trabalho de Velázquez, mas que é manifestamente injusta para Natxo.
Sem poder contar com Semedo em Tondela, Velázquez quis encaixar o seu Vitória no adversário, chamando mais um central para a equação. A ideia do técnico era clara: não perder a ideia de tentar um futebol apoiado, mas garantir ainda mais consistência para travar um conjunto beirão que nem sempre consegue ter a criatividade suficiente em casa.
A melhor coisa que se pode dizer da forma setubalense abordar o jogo é que raramente pudemos ver um Tondela confortável e seguro, especialmente no setor mais recuado. A equipa tentou sempre ser fiel à sua ideia, mas o desenrolar dos acontecimentos acabou por deixar o conjunto de Natxo desconfiado.
E se a primeira parte, entre equilíbrio na posse e nas oportunidades, passou a ser muito mais complicada para os beirões, Carlinhos foi um dos principais responsáveis. Em duas jogadas relativamente parecidas, a capacidade de chegada do médio brasileiro ficou bem visível. Guedes também contribuiu, no golo inaugural, Zequinha aproveitou pouco depois.
De repente, um jogo que estava completamente em aberto passou a ficar francamente complicado para o Tondela. A equipa de Natxo foi para cima, pressionou, obrigou o Vitória a recuar e ficou a dever a si próprio, pelo menos, um golo. Makaridze bem ajudou com duas ou três abordagens, mas a bola teimava em não entrar...
Tendo sido já associado a mais altos voos dentro do futebol português, Makaridze começou a segunda parte praticamente da mesma forma que fechou a primeira...a errar. Mas o Tondela não foi capaz de aproveitar os brindes do adversário, nem mesmo quando eles eram graves e suficientes para não se ter qualquer dúvida na eleição do pior em campo.
Do outro lado nunca faltou acerto, especialmente no momento de transição, nos momentos de maior desconcentração. Guedes, que tinha trabalhado muito bem no primeiro golo, teve uma espécie de prémio, não facilitando no duelo pessoal com Cláudio Ramos. De repente, jogo praticamente resolvido...
Com uma vantagem tão confortável, o Vitória limitou-se a controlar, perante um Tondela em contínua negação em relação ao golo, o objetivo do jogo. Um pormaior que valeu três pontos a uns e zero a outros.
O Tondela ajudou numa ou noutra ocasião, mas há muito mérito do Vitória de Setúbal no segundo triunfo consecutivo fora de portas. A equipa esteve muito confiante no momento da definição, com os homens da frente a revelarem competência diante de Cláudio Ramos.
Já foi muito elogiado, na maior parte das ocasiões de forma justa, mas não podemos tecer palavras muito positivas face à sua exibição no João Cardoso. Makaridze foi um problema para o Vitória, com três/quatro erros gravíssimos que só não deram em golo por acaso.
Decidiu bem nos lances mais complicados e foi seguro e assertivo no capítulo disciplinar. Uma arbitragem segura de Iancu Vasilica.