O ataque do FC Porto foi ele e pouco mais. Foi ele quem não teve medo de driblar e teve sucesso quase sempre. Foi ele quem conduziu o contra-ataque e ganhou o penálti com um último toque inteligente. Os cruzamentos não saíram na perfeição e foram intercetados por Koffi, mas foram feitos já em posição difícil. Inconformado, mal acompanhado. Com a saída de Manafá o flanco passou a ser todo dele e a difícil missão foi cumprida a nível individual.
Acabou o jogo com seis defesas e a isso juntam-se as boas saídas dos postes para intercetar cruzamentos e o bom posicionamento. Vários momentos de particular destaque, como a antecipação perante Otávio e uma defesa a remate cruzado de Zé Luís. Mas, acima de tudo, a defesa no livre direto de Sérgio Oliveira, que pode ter passado despercebida num primeiro momento mas foi mesmo decisiva. Só não defendeu o penálti.
Apareceu numa zona estranhamente desprotegida para receber o alívio deficiente de Marcano e rematar na perfeição, abrindo o marcador. Além disso, o médio ajudou muito na tarefa defensiva da equipa, contribuindo em especial para conter Otávio. Seguro no passe, com muito poucas tentativas falhadas. Saiu aos 74 minutos para que os azuis passassem a defender com uma linha de cinco.
No início da época passada marcou também de penálti neste mesmo campo, contra este adversário, e arrancou uma vitória a ferros. Desta vez coube-lhe a responsabilidade de salvar pelo menos o empate. Correspondeu, com uma conversão assertiva da grande penalidade. Tentou sempre puxar a equipa para a frente, sem abdicar das responsabilidades defensivas, com a qualidade técnica que faltava na faixa oposta.
32 anos, muita experiência no futebol português (já passou pelo FC Porto, aliás) e líder de uma defesa que se aguentou firme, tirando uma ou outra precipitação individual (não dele, note-se). Uma mão-cheia de cortes, como em cruzamentos de Otávio e Alex Telles, e um fantástico passe a isolar Licá nas costas da defesa portista.
Acabou o jogo a cometer um erro que podia ter comprometido, mas até lá foi seguríssimo perante Licá, em particular. O extremo da equipa da casa teve ocasiões de golo claras que só não converteu porque se deparou com um guarda-redes que foi difícil de bater. A defesa no tal lance do passe longo de Nuno Coelho foi tremenda.
Deparou-se com um velocíssimo Corona e decidiu da pior forma possível. Podia ter feito uma falta estratégica para impedir o contra-ataque, deixou o mexicano fugir, podia ter afastado a bola para qualquer lado (Corona não estava propriamente bem apoiado pelos colegas), não o conseguiu fazer... apareceu de carrinho, sem prever que o portista inverteria a direção da bola para ganhar o penálti. Precipitado na defesa, acabou por conseguir um par de bons momentos ao nível do passe, que não o redimem.
É difícil compreender que não tenha havido presença de portistas onde estava André Santos, havendo dois médios defensivos na equipa, mas de qualquer forma o alívio de Marcano foi comprometedor, sendo que já não é propriamente o primeiro lance deste género do espanhol na temporada. Foi visto a conduzir a bola em zona ofensiva e até pode não o ter feito demasiado mal, mas não é isso que se deve exigir a um central. Antes de tudo o resto, é proibido comprometer.
Foi o único a repetir a titularidade entre jogos de Taça de Liga e Liga NOS, mas continua a demonstrar as falhas que já mostrou: na receção de bola (talvez acima de tudo), no passe e também a nível defensivo: foi somando duelos perdidos com quem lhe surgia com bola pela frente. Saiu aos 63' perante aplausos... irónicos, diríamos.
Uma série de bolas perdidas devido às insuficiências técnicas já conhecidas. A valia que tem, nomeadamente o poderio físico, não lhe serviu de muito em lances de ataque em que era necessário um mínimo de requinte técnico. Bolas mal recebidas, bolas mal controladas, remates pouco ameaçadores... ora fáceis para Koffi, ora longe do alvo.
1-1 | ||
André Santos 14' | Alex Telles 32' (g.p.) |