A edição 2019/20 da Taça de Portugal está a revelar-se uma caixinha de surpresas, não só pelas boas exibições das equipas da LigaPro e do Campeonato de Portugal, como também... pelos resultados. Nessa senda, a Académica OAF protagonizou uma bela partida e eliminou o Portimonense com um triunfo por 2x1
No Estádio Cidade de Coimbra, ambos os treinadores mostraram que a Taça de Portugal é uma prova de elevada importância e, como tal, apresentaram os seus onzes habituais (nota para a troca de guardiões nos algarvios e para Filipe Chaby, que começou no banco). Outro aspeto curioso deste duelo foi a parecença de filosofias de jogo da turma de César Peixoto e António Folha.
De facto, os dois técnicos deixaram claro aos seus pupilos que era importante assumir a bola e controlar o jogo, começando a pensá-lo a partir do setor defensivo. Neste duelo de identidades, os homens de Coimbra levaram a melhor e criaram as melhores chances de golo.
Neste capítulo, o jovem Derik Lacerda foi o grande destaque e que o diga Rodrigo Freitas, várias vezes batido pelo compatriota. O atacante da Briosa teve três boas chances, contudo permitiu que Gonda levasse a melhor, falhou o desvio de calcanhar e errou nas medidas do chapéu.Já os alvinegros, que tiveram dificuldades para encontrar a baliza de Mika, socorreram-se dos lances de bola parada, em algumas ocasiões, para o efeito. Bruno Tabata e Jackson Martínez ainda deram o seu lamiré, só que pontaria não foi a melhor. O golo teimava em não aparecer e o intervalo apareceu, embalado por algumas faltas.
Galvanizados pela primeira parte efetuada, os estudantes começaram com ganas e, na sequência de um livre tenso de Marcos Paulo, um desvio de Mike obrigou Ricardo Ferreira (entrou para o lugar do lesionado Gonda) a aplicar-se. Depois do aviso, a formação da LigaPro chegou ao golo, através de um bonito remate cruzado de Kiiiiiiii (como se diz em Coimbra).
Em desvantagem, Folha procurou mexer na equipa, no entanto, foi a Académica quem esteve novamente perto de marcar, primeiro por Barnes Osei e depois por Mike (duas vezes). Na reta final, na sequência de um canto de Bruno Tabata, Jackson Martínez (88') aproveitou uma saída em falso de Mika e gelou Coimbra.
César Peixoto é um treinador de ideias vincadas e nem o arranque em falso o fez mudar. O futebol apresentado pela Académica OAF, baseado na paciência e posse de bola, é digno de Primeira Liga e começa a dar frutos.
Com apenas uma vitória em oito jogos, os algarvios não vivem uma boa fase. O miolo careceu de alguém que pense o jogo como Paulinho ou Lucas Fernandes e isso notou-se em Coimbra. Poucas chances criadas.
Arbitragem segura de Vítor Ferreira. O juiz bracarense exibiu cedo um cartão amarelo, suficiente para marcar uma posição e indicar que não seriam toleradas faltas como aquela. Apesar de ter usado várias vezes o apito, rubricou uma boa atuação.