Trocadilhos, claro, porque é mesmo um jogo de xadrez

No lançamento de jogos, é comum fazermos trocadilhos com pormenores associados aos clubes, mas dificilmente algum faria mais sentido do que associar este a um jogo de xadrez. Comummente associado ao Boavista, esse jogo de estratégia é transversal e tem muito a ver com a nova cara do leão. Mas não só...

É que o Boavista também não será um lado fácil de prever. No último jogo, no triunfo no Jamor, Lito surgiu com três centrais e esse desenho não apenas surpreendeu, como resultou. A grande dúvida é se se manterá ou se voltará o técnico angolano ao 4x3x3 habitual - se assim o quiser, tanto pode querer reforçar a zona de (anul)ação de Bruno Fernandes, com um Ackah cada vez mais intrometido nas escolhas, como pode dar mais perfume e critério à equipa, com um Alberto Bueno que ainda não consegue ser indiscutível (uma das grandes interrogações deste campeonato).

Os olhos vão todos estar colocados naquilo que o novo Sporting pode fazer, mas essa incógnita tem um lado de incerteza que o bom arranque axadrezado, traduzido numa boa dose de confiança no seio da equipa, pode ser aproveitado.

O Sporting vai, no seu global, querer usar esse método de imprevisibilidade para tirar vantagem. O rei, peça fulcral, continua por lá e chama-se Bruno Fernandes, mas há outros elementos que não contam: quer a torre Coates, quer os cavalos Luiz Phellype e Vietto, quer sobretudo o rainha Raphinha, que pela última amostra demonstrou que também sabia fazer a diferença.

Leonel Pontes tem a missão de encontrar novas peças. Diz-se que lhe foi dado tempo. Até pode ter sido, mas nestas coisas do futebol, como no xadrez, há sempre um adversário que também está na mesa, pronto a esperar uma jogada em falso para fazer a diferença. E, por mais que esse tempo possa existir para o treinador do Sporting, sucessor de Marcel Keizer, é muito fácil ser colocado em xeque ao primeiro deslize. Têm a palavra os jogadores, muito mais do que simples peças, os executantes deste jogo.

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