Chegou a hora. Nino vai colocar um ponto final na carreira de futsalista no próximo domingo, na deslocação da Burinhosa à quadra do Futsal Azeméis. O brasileiro, de 44 anos, confirmou ao nosso portal que será o último jogo de um percurso de 17 temporadas em Portugal, onde se notabilizou como um pivot de referência.
Em conversa com o zerozero, Nino garante que a paixão pela modalidade continua intacta, mas reconhece que fisicamente não tem condições para continuar. Um adeus emocionado de um jogador que conquistou um dos troféus mais preciosos do desporto: o carinho dos adeptos.
Fim de carreira: «Infelizmente, confirma-se. Gostava de continuar a jogar, mas tem sido muito complicado. Sinto a idade a passar e já me custa, fisicamente, fazer os treinos. Já estive para terminar na época passada, mas o Alex [Pinto] dispôs-se a ajudar-me. Agora, já não dá mais».
Sentimento: «Têm sido dias muito difíceis. Sinto o fim a aproximar-se e está a ser muito complicado. Não imaginava que seria tão difícil. São muitos anos a jogar e está a custar bastante». Em Portugal desde 2001: «Comecei muito cedo a trabalhar e só joguei federado a partir de 1996. Dois anos depois, numa coincidência, passei para o futsal, no Rio Verde. Foi tudo muito rápido. Vim para Portugal através do Rogério Vilela [ex-Benfica]. Ele foi convidado pelo Adil Amarante e indicou-me para vir também. Nunca imaginei que iria ficar tanto tempo em Portugal».
| Nino 1 títulos oficiais |
Benfica: «Comecei tarde no futsal e foi tudo muito rápido. Naquele momento, senti que ainda não estava preparado para aquele desafio. Mas foi bom»
Melhor clube: «Definitivamente, a Burinhosa. Deu-me muito gozo representar este clube. Foi o ponto alto da minha carreira. O carinho e amizade com que sempre me trataram é das melhores coisas que guardo de todos estes anos no futsal»
Segredo para jogar até aos 44 anos: «Não consigo encontrar uma resposta concreta. Tem a ver com o gosto e paixão pelo futsal. Sempre me cuidei e procurei alimentar bem. Fiz muitos sacrifícios e contei com a ajuda dos treinadores e colegas, que geriram bem a minha parte física. Foi fundamental».
Goleador: «Sempre foi uma imagem de marca minha. Felizmente, fiz muitos golos e ajudei sempre as equipas que representei com o máximo de dedicação. Esta época é que não tenho tantos porque a idade também já pesa [risos]».
Imagem que fica: «De um bom profissional. Fui sempre leal, correto e construí amizades por onde passei. Não fui um jogador de encher o olho, mas entreguei-me sempre ao máximo em todos os jogos».
Continuar no futsal: «A modalidade deu-me muito, mas também nunca me permitiu ter tempo para fazer formações. Estou desempregado e gostava de continuar ligado ao futsal. Ainda não há nada decidido. Só agora é que caiu a ficha de que me vou retirar, pois acreditávamos que íamos jogar o play-off. Vamos ver se será possível».