Depois da saída do Desportivo de Chaves, Tiago Fernandes é um treinador livre. O técnico de 37 anos foi o convidado do programa Entrelinhas, da TSF, e abordou de tudo um pouco: da passagem por Chaves aos três jogos em que comandou o Sporting, passando pela invasão a Alcochete e terminando na atualidade da luta pelo título, entre outros temas.
Sobre o momento que atravessa a nível de carreira, Tiago Fernandes indicou apenas estar à espera «que apareça algo interessante e positivo», rejeitando a ideia de que o trabalho em Chaves tenha sido negativo: «Não tenho opinião de que as coisas não tenham corrido bem. Chegámos ao Chaves e tínhamos uma equipa com a moral em baixo, e também com as saídas do Marcão e do Eustáquio... com os ajustamentos e com o crescimento que conseguimos impor tornámos o Chaves uma equipa competitiva, a discutir o jogo pelo jogo. Quem joga contra FC Porto, Braga e Benfica e em 13 jogos faz 14 pontos, uma média que dava para ficar entre os 12 primeiros, penso que não é um mau trabalho».
Sobre a saída, o treinador indicou que se tratou de «um acordo de cavalheiros» e realçou o «prazer enorme por ter estado no Desportivo de Chaves e representado Trás-os-Montes».
Já a respeito do Sporting, clube em que passou por diversos escalões de formação e cuja equipa principal orientou em três partidas - vitórias contra Santa Clara e Chaves e empate contra o Arsenal - o técnico realçou que sente que fez «o seu melhor». «Dei tudo de mim no Sporting e foi a cereja no topo do bolo acabar com aqueles três jogos na equipa principal», indicou, garantindo: «Estou grato a todos os presidentes que passaram pelo Sporting desde que entrei naquela casa. Com todos fui promovido».
O Sporting está há muito afastado do título de campeão nacional, mas Tiago Fernandes defende que, com os passos certos, é possível consegui-lo: «O campeonato em Portugal é competitivo e o Sporting tem estado arredado do título, tirando com o Jorge Jesus. Mas sinto que não é difícil ser campeão pelo Sporting. Se adotares uma estratégia do equilíbrio e acertares nos jogadores que vais buscar, porque consegues ir buscar dois ou três jogadores muito bons, se estiveres atento ao mercado, juntando à base que tens».
«O Sporting tem uma dupla de centrais que é das melhores em Portugal. Tem médios como o Bruno Fernandes, tem o Bas Dost, tem jogadores nas alas que são soluções e pode-se ir buscar mais um ou dois que acrescentem qualidade. Tem o Acuña, da seleção argentina. Tem jogadores com muita qualidade, tens que juntar alguns às lacunas do plantel», indicou também, defendendo a utilização do 4x4x2: «Penso que em Portugal deve-se jogar com dois avançados, pelo campeonato que temos. O risco calculado compensa».
Questionado sobre a eventual vontade de ser o homem no leme de um futuro projeto, Tiago Fernandes indicou: «Qualquer treinador em Portugal gostava de treinar o Sporting. O meu sonho não é treinar o Sporting, é ser campeão pelo Sporting. Não se pode prever quando vai acontecer».
Tiago Fernandes indicou ainda que, durante os tempos no Sporting, chegou a receber convites dos clubes rivais para trabalhar na formação - «Estava no Sporting, estava bem, estava feliz. Sentia que não havia necessidade de mudar» - e falou sobre a hipótese de vir a trabalhar no Benfica ou no FC Porto. «É difícil. Não digo que não possa acontecer, mas é difícil, tenho uma ligação grande ao Sporting».
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— TSF Rádio (@TSFRadio) 20 de março de 2019