O que esperar da terceira competição Europeia? O formato e a visão do presidente

Anunciada em dezembro e para ser implementada em 2021/22, a Liga Europa 2 (nome provisório) tem como objetivo permitir o acesso de ligas mais pequenas às competições europeias. Esta nova competição vai permitir aos 55 países do ranking UEFA colocar mais países nas competições europeias. 

Em termos práticos, esta nova competição vai "roubar" 16 equipas à Liga Europa 1 e integrá-las no lote de 32 equipas que vão disputar a fase de grupos da Liga Europa 2 - ou seja, um aumento de 16 equipas na presença nas fases de grupos. Recorde aqui a estrutura da competição. 

Em primeiro lugar, é importante realçar que não vai haver acesso direto à fase de grupos da LE 2. Todas as 32 equipas vão ser apuradas, através da eliminação das competições acima ou das pré-eliminatórias existentes abaixo. 

Por exemplo, com a atual sétima posição de Portugal no ranking, o terceiro classificado português (ou o vencedor da Taça, caso assim se decida internamente) acabaria por ser prejudicado, pois perderia o acesso direto à Fase de Grupos da LE1, tendo de passar sempre pelo play-off. 

Confuso? O zerozero exemplifica: 

1º - Acesso direto à fase de grupos da Liga dos Campeões
2º - Acesso à 3ª pré-eliminatória da Liga dos Campeões, seguida do play-off
3º ou vencedor da Taça de Portugal - play-off de acesso à Fase de Grupos da Liga Europa 1
4º - 3ª pré-eliminatória de acesso e play-off de acesso à Liga Europa 2
5º - 2ª pré-eliminatória, 3ª e play-off de acesso à Liga Europa 2

Na prática, Portugal mantém cinco equipas nas competições europeias mas, com a redução de equipas na LE 1 (48 para 32), o quarto e quinto classificado do campeonato têm de disputar a 3ª e a 2ª pré eliminatória e ainda o play-off de acesso à... Liga Europa 2.

Ceferin e as equipas portuguesas da LE 2

Em entrevista ao jornal O Jogo, Aleksander Ceferin foi questionado sobre a redução dos lugares de acesso à LE 1 ter sido feito à custa das equipas portuguesas (reduzidas de três para uma).

«Não me parece. Todas as ligas, todos os clubes nos disseram que queriam a terceira competição. De alguma forma, compreendo que uma liga média como a portuguesa tem dificuldades em crescer, mas, por outro lado, mais jogos internacionais ajudam. É muito mais fácil vender num mercado maior. O futuro trará mais oportunidades e mais equipas deveriam jogar as competições europeias», afirmou o Presidente da UEFA, que acrescentou o intuito da criação da prova.

«Ajuda os países pequenos a jogar na Europa. Se não tivermos o máximo número possível de equipas a jogar na Europa, vamos caminhando devagar para termos apenas equipas das quatro maiores ligas. Tem de haver um limite», explicou, sobre a aposta em mais vagas na qualificação para os países com menor coeficiente no ranking.