Num jogo cheio de condimentos e emoção, ninguém ficou a sorrir. Rio Ave e Vitória de Setúbal dividiram pontos, com Manuel Mota no centro das atenções, com 46 faltas e com pecados fatais das três equipas.
Quando a noite cai, o frio invade neste rígido janeiro. E assim se viu também em Vila do Conde. Por isso, custou estar na plateia, onde se assistiu à última página da primeira volta. Um jogo à medida do tempo.
Recolhido e na expectativa, o Vitória FC apostou num desenho de 4x4x2 clássico, com Éber Bessa colado a Cádiz e a criar o primeiro lance de perigo, num excelente pontapé que Jardim defendeu para canto. Um momento que serviu de alerta ao Rio Ave, equipa exatamente no mesmo sistema tático, mas com mais iniciativa e com um bloco mais subido.
Seria dele o golo, num livre direto em que enganou Cristiano, e partiu também dos seus pés o outro lance de relativo perigo, em que Schmidt respondeu de cabeça a outro livre. Em suma, só de bola parada o Rio Ave foi capaz de criar desequilíbrio, mas foi o suficiente para ir em vantagem para os balneários.
Do descanso resultou uma postura muito mais agressiva e objetiva dos sadinos, perante um Rio Ave que rapidamente aceitou esse cenário e desceu as linhas para sair em contra-ataque, por Galeno e Carlos Vinícius.
Lito Vidigal passou a jogar com três centrais e colocou Alex à esquerda a fazer o corredor, apostando essencialmente nesse lado, onde também caiu Zequinha para explorar as fragilidades de Buatu e de Nadjack, que deram espaços em demasia.
Com o jogo incerto e aberto, Daniel Ramos preferiu aguardar com os mesmos, ao passo que Lito optou por arriscar, como tinha de fazer. Teve a felicidade que procurou, num péssimo atraso de Buatu que Berto aproveitou.
Com nervos à flor da pele e com Manuel Mota a não conseguir segurar o jogo, viu-se futebol emotivo e com duas equipas a procurar a vitória. Galeno não teve pernas para a vitória e Valdu viu Nadjack tirar milagrosamente em cima da linha nos descontos.
No fim, um empate que se aceita.