Foi uma estreia a vencer para Marcel Keizer. O novo treinador dos leões entrou com um triunfo, com uma primeira parte francamente má e com um segundo tempo de qualidade. Uma estreia onde já se percebeu que a ideia de futebol mudou, mas também onde se percebeu que falta trabalho. Os leões bateram por 1x4 o Lusitano FCV e deixaram certamente a ilusão nos adeptos. O Sporting segue na Taça.
O calendário do Sporting foi simpático para Marcel Keizer. Fazer um primeiro jogo num novo clube contra uma equipa de escalões inferiores e na Taça de Portugal foi uma vantagem para o holandês e permitiu-lhe ter uma estreia «tranquila».
Taticamente percebeu que terminou finalmente a ideia de Peseiro de jogar com duplo pivot no meio-campo e ficou claro que, neste tipo de jogo, um jogador com Wendel pode ter um papel importante.
Em relação à equipa de Viseu, só podemos elogiar. Equipa com alguns jogadores interessantes, que não se limitou a defender e fez uma boa festa da Taça.
Marcel Keizer tinha prometido uma equipa que jogasse ao ataque e com futebol positivo, mas o certo é que a primeira parte teve poucos desses momentos. Taticamente foi clara a ideia de colocar Bruno Fernandes muito recuado na construção de jogo e dar a Wendel a missão de estar mais perto da área, em roturas e em combinações. Se a missão de Wendel estava a ser bem cumprida, o internacional português ia colecionando passes errados, perdas de bola e desconcentrações. Essa menor capacidade de Bruno Fernandes ( uma sombra do que foi na temporada passada) tirava intensidade e certeza ao jogo do Sporting.
Curiosamente, e contrariamente ao que tem acontecido, era Jefferson quem conseguia dar largura ao jogo verde e branco. O defesa esquerdo foi conseguindo ganhar com facilidade o espaço para cruzar e, misturando essa largura, com os remate de Wendel de fora da área, o Sporting acabou por ir melhorando ao longo que os primeiros 45 minutos iam acabando.
Sem grandes surpresas, foi pela esquerda que surgiu o golo dos leões. Jogada de Wendel, um bom passe de Bruno Fernandes para Jefferson, que cruzou para o golo de Bas Dost. Quando se achou que ia ser o momento em que a festa da Taça ia acabar, eis que veio a surpresa. Mathieu volta a errar, cruzamento de Nuno Rodrigues e Diogo Braz a aparecer nas costas de Coates a empatar o jogo.
O Lusitano recuou e Bruno Fernandes deixou de ter de estar tão recuado para construir. Com o médio mais perto de Bas Dost apareceu o melhor Sporting e os golos. O 1x2 surgiu dessa combinação entre o internacional holandês e o número 8.
Depois desse golo surgiu o descontrolo da equipa de Viseu e os golos apareceram de forma natural. Marcaram Bas Dost (grande cruzamento de Jefferson) e Diaby (assistência de Nani) e podiam ter surgido ainda mais golos, caso o Sporting não tivesse reduzido o ritmo.
O Lusitano deu 45 minutos de Taça, mas acabou por perder de forma natural contra um Sporting de duas faces. Na nova «fase» do leão surgiram algumas ideias novas, um futebol de altos e baixos e com alguns momentos de futebol de qualidade. Será o começo de um novo Sporting?