Bastou afinar o motor de arranque

O Sporting entrou da melhor forma na Liga Europa e venceu o Qarabag por 2x0. Numa partida completamente dominada pela equipa de José Peseiro, os leões não tiveram dificuldades para bater o conjunto azeri e mostraram que têm argumentos mais do que suficientes para passar o grupo. Raphinha e Jovane Cabral fizeram os golos do triunfo da equipa verde e branca, que continua sem perder esta época.

Único representante português na Liga Europa, o Sporting arrancou a sua época europeia em casa. O adversário, o Qarabag, veio do longíquo Azerbaijão e caiu das pré-eliminatórias da Liga dos Campeões. Apesar de ser uma equipa pouco conhecida na Europa, o emblema azeri, pentacampeão nacional, veio a Alvalade com o objetivo de conseguir pontos para, em casa, sonhar com o apuramento. Organização e agressividade defensiva foram os argumentos apresentados por uma equipa que sabe ter bola e que, a espaços, procurou equilibrar a partida apesar das diferenças.

Domínio a passo esbarrou em Guerrier

Teórico favorito à vitória (e à passagem no grupo), o Sporting começou desde cedo a dominar o encontro. A equipa de Peseiro teve 15 minutos jogados a bom ritmo e com constantes trocas posicionais que iam complicando a tarefa defesiva do Qarabag. Enquanto Gudelj, em estreia no onze, era o elemento mais posicional do meio-campo, Bruno Fernandes e Battaglia iam fazendo movimentos de aproximação à baliza de Vágner, um conhecido do futebol português.

Nani regressou ao onze e foi importante para o triunfo ©Carlos Alberto Costa

A equipa leonina apareceu em Alvalade com a missão bem estudada e sabendo que o Qarabag é uma equipa que gosta de atacar pelo seu lado esquerdo, canalizou parte do seu jogo por esse lado, obrigando Zoubir e Guerrier, que gostam de atacar, a tarefas mais defensivas. A teoria era boa, mas em prática demorou a ter resultado. O lateral do Qarabag revelou-se intransponível e nem Raphinha, nem Bruno Fernandes estavam a conseguir criar perigo por esse lado.

Depois de um bom período sportinguista, o ritmo começou a baixar e isso fez com que o Qarabag fosse aparecendo mais em jogo, ainda que sem criar perigo. Os leões continuaram a controlar, mas deixaram de conseguir encontrar espaços entre linhas na formação azeri, que mostrou organização e muita agressividade defensiva.

Só foi preciso um pequeno esforço

As diferenças entre as duas equipas tinham sido percetíveis na primeira parte. Com mais velocidade e um pouco mais de risco no passe ou no drible, sentia-se que os leões conseguiam superiorizar-se ainda mais ao Qarabag. E assim foi.

Com nova atitude e uma ligeira troca - Nani na direita e Raphinha na esquerda - o Sporting não tardou a chegar ao golo. Numa movimentação que já tinha sido treinada na pré-época, Nani desequilibrou de um lado, curiosamente aquele onde Raphinha tinha tido dificuldades, e o extremo brasileiro surgiu ao segundo poste para encostar.

Conforto leonino começou numa recuperação de Montero ©Carlos Alberto Costa

Desbloqueada a partida, o Sporting voltou a baixar o ritmo mas a manter o controlo para não deixar o Qarabag criar perigo em transição. A equipa azeri tentou um último esforço para chegar ao empate, mas acabou por deixar espaço nas suas costas e os erros defensivos de que já tínhamos falado na análise a esta equipa vieram ao de cima. Guseynov deixou-se antecipar por Montero, que conseguiu deixar em Raphinha. O brasileiro colocou no recém-entrado Jovane e o jovem leão fez o resto e deu conforto à vitória leonina.

O Sporting entra na fase de grupos da Liga Europa com um triunfo e mantém o registo de invencibilidade desta época. A exibição não foi de encher o olho, mas bastou para dominar uma equipa com boas intenções mas com limitações técnicas suficientes para que o conjunto português vença no Azerbaijão.