Não podia ter havido melhor jogo para o FC Porto reagir à goleada sofrida perante o Liverpool e voltar à liderança isolada da Liga NOS. Uma partida que arrancou com um golo no primeiro lance e no qual teve um adversário «simpático» que deu 45 minutos de avanço antes de mudar uma ideia de jogo errada. Quando o fez já perdia por 3x0. A partida terminou num expressivo 5x0 que espelhou bem o que se passou no campo.
A grande «surpresa» antes do jogo foi o regresso de Iker Casillas à baliza portista. José Sá não esteve bem no jogo contra o Liverpool e foi para o banco (um «castigo» apenas dado a José Sá e Otávio). O 4x4x2 de Sérgio Conceição voltou e a preparação do jogo por parte dos portistas foi exemplar. A adaptação da pressão e da exploração de espaços foi nitidamente conseguida.
O Rio Ave tem um mérito: Respeita de forma cabal o seu princípio de jogo. Ainda assim, todas as virtudes, quando são levadas ao extremo, tornam-se pecados e talvez esteja na altura de Miguel Cardoso criar um plano b na sua equipa. O estilo de jogo da equipa de Vila do Conde já não é uma surpresa e como se tem visto nos últimos tempos as equipas adversárias já perceberam como anular.
Sérgio Conceição levou essa compreensão ao extremo e a primeira parte deste jogo foi quase um passeio. A pressão portista era eficaz de tal forma que o Rio Ave trocava a bola entre os seus centrais e guarda-redes, mas simplesmente não conseguia passar do seu terço defensivo. Só aos 40 minutos o Rio Ave teve um lance de verdadeiro perigo criado por si (antes Herrera ofereceu um lance perigoso).
O segundo e o terceiro golo do FC Porto foram um resultado normal de um jogo onde Sérgio Conceição se soube preparar e anular o adversário e de um Rio Ave que se manteve fiel à sua ideia, mesmo quando começou o jogo a perder e mesmo quando estava na cara que não estava a resultar.
Apesar desse melhor Rio Ave, só uma verdadeira tragédia iria fazer o FC Porto perder pontos neste jogo. Essa tragédia não aconteceu e a segunda parte foi uma gestão das duas equipas.
O FC Porto ainda fez mais dois golos (Marega e Soares), deu oportunidade a alguns jogadores para descansar e ainda lançou Dalot, uma das grandes promessas da equipa.
Uma vitória tranquila, uma exibição de encher o olho e o ego dos adeptos e o regresso à liderança do campeonato. O Rio Ave não teve argumentos e saiu goleado quase de forma natural.