Jorge Jesus jogou as cartas erradas à esquerda logo de início e o Sporting dos primeiros 60 minutos foi refém disso. Marvin Zeegelaar e Matheus Pereira não renderam e com Ricardo Esgaio e Alan Ruiz em campo a equipa melhorou, mas não chegou.
O FC Porto viveu dos juros da boa primeira parte que ficou marcada pelo «bis» do reforço Soares. Dois golos que colocaram o dragão na rota dos três pontos mas seria uma defesa extraordinária de Casillas já para lá dos 90 a segurar a vitória.
Há contos de fadas com menos magia. Soares estreou-se a titular em pleno Dragão e logo num clássico e a resposta foi soberba. Dois golos com selo de «matador» arrumaram o leão ainda na primeira parte. Possante, disponível para disputar cada lance, o avançado brasileiro complementou tudo isso com atributos técnicos assinaláveis. O segundo golo é disso um bom exemplo.
Um «monstro» no meio-campo portista. O internacional português sugou toda a vontade de Bryan Ruiz (enquanto este atuou no apoio a Bas Dost) com um comportamento defensivo irrepreensível. E ainda arrancou de forma imparável para servir Soares de forma sublime no segundo golo dos dragões.
É certo que foi menos preponderante ofensivamente, mas o trabalho defensivo do internacional argelino não passou despercebido. Ciente da presença de Gelson Martins e da vocação ofensiva de Schelotto pelo flanco direito, Brahimi arregaçou as mangas e foi um parceiro inalienável de Alex Telles. Foi caindo de rendimento na segunda parte e saiu aos 70 minutos.
A alma de capitão guiou-o e o talento fez o que pôde. Procurou sempre pautar o jogo da equipa e nunca virou a cara à luta. Manteve o nível ao longo de todo o jogo e foi um dos responsáveis pela melhor segunda parte dos leões, especialmente depois das substituições (Alan Ruiz e Esgaio). Ainda atirou à trave, mas não chegou para todas as encomendas.
Um momento, uma defesa, uma vitória. O internacional espanhol até não esteve particularmente feliz no golo de Alan Ruiz mas redimiu-se já em período de compensação. O cabeceamento de Coates levava o canto inferior direito da baliza de Casillas como destino mas uma estirada fantástica do espanhol segurou os três pontos no Dragão.
Zeegelaar e Matheus foram o espelho das más decisões de Jorge Jesus para o onze inicial. O flanco esquerdo renovado foi um fiasco e não há como escondê-lo. O extremo saiu ao intervalo depois de 45 minutos sem conseguir um único desequilíbrio; o holandês manteve-se até a hora de jogo até ceder o lugar a Esgaio; foi o pior do clássico.
2-1 | ||
Tiquinho Soares 6' 40' | Alan Ruiz 60' |