Em 1982, em Roterdão e contra os ingleses do Aston Villa, conheceu pela primeira vez o sabor da derrota numa final da Taça dos Campeões.
Crónico campeão da Alemanha Federal, o
Bayern voltaria à grande final da Taça dos Campeões cinco anos mais tarde, num jogo em Viena contra o
FC Porto, onde era apontado pela crítica como o grande favorito. Para surpresa geral, depois do golo inaugural de Kögl, na segunda parte os portugueses deram a volta ao resultado e venceram por 2x1, conquistando o troféu pela primeira vez.
Nos anos 90, o clube conquistou mais quatro
Bundesliga, além de uma Taça UEFA conquistada em 1996 com
Beckenbauer no inusitado papel de treinador-presidente. Ao conquistar pela primeira vez a Taça UEFA, o
Bayern conseguiu tornar-se juntamente com a
Juventus e o
Ajax um dos três clubes que conseguiram vencer as três competições principais da UEFA: Taça dos Campeões, Taça das Taças e Taça UEFA.
Após a vitória na final contra o Bordeaux,
Beckenbauer abandonou o papel de treinador, mantendo-se contudo como Presidente do clube até ao ano de 2002.
O desastre de Nou Camp
Três anos antes, em 1999, na cidade de
Barcelona, o
Bayern tinha vivido o momento mais dramático da sua história quase centenária.
Na final da Liga dos Campeões contra o
Manchester United, um golo madrugador de Mario Basler aos seis minutos tinha deixado aberto o caminho para que a quarta taça das orelhas pudesse brilhar nas vitrinas do museu do clube.
O jogo prosseguiu com o domínio dos bávaros e não fosse o guarda-redes Peter
Schmeichel, o
Bayern poderia fechar a história da partida bem antes do final. E quando o gigante dinamarquês estava batido foram os ferros que impediram os golos de Jancker e Scholl. A sorte parecia não querer nada com os bávaros...
Perto do fim, quando o Presidente da UEFA já se preparava para descer as escadas, a pensar em entregar a Taça aos Bávaros e ao capitão Lothar Matthäus, eis que ao minuto 91 um canto apontado por David
Beckham no lado esquerdo do ataque dos red devils cai no meio da área,
Schmeichel foi lá à frente ajudar a provocar a confusão, a bola sobra para Giggs que remata fraco, antes de Teddy Sheringham desviá-la para o fundo das redes e fazer o empate.
Apanhados pelo turbilhão de emoções, os alemães deixam-se bater dois minutos depois num novo canto.
Beckham marca o canto, Sheringham desvia de cabeça e o norueguês Ole Gunnar Solskjær fuzila a baliza de Oliver Khan, dando a volta por completo ao texto.
Pela segunda vez os bávaros viam escapar uma final que venciam por 1x0. Mas nenhuma derrota terá sido por certo tão dramática como a de Nou Camp a 26 de Maio de 1999.
Kahn, a glória em San Siro e a desilusão no Bernabéu
Em Milão, dois anos mais tarde o
Bayern voltava ao grande jogo, tendo por adversário os espanhóis do Valencia. Frente-a-frente os dois vencidos das duas últimas finais da
Champions.
Se os valencianos queriam mudar a sua história e conquistar a sua primeira "taça das orelhas", os alemães, por sua vez, haviam curado as feridas de 1999 e tinham transformado a dor em força. A derrota não voltaria a repetir-se!
Tudo começou bem para os espanhóis com o golo de Mendieta aos 3´. Os vermelhos não abanaram e procuraram retificar o resultado.
Depois do intervalo, também na concretização de uma grande penalidade, Steffan Effenberg voltava a colocar o
Bayern na corrida.
O jogo foi para prolongamento e o nó teimava em não se desatar, seguiu-se o desempate através da marcação de penalties. Oliver Khan, decidido a entrar na história do futebol, defende as grandes penalidades de Zahovic, Carboni e Pellegrino. 25 anos depois o
Bayern voltava ao topo da Europa.
Além de uma nova
Champions, o novo século trouxe mais seis
Bundesligas e cinco Taças ao museu do clube. O
Bayern reforçou a condição de crónico campeão alemão, distanciando-se dos rivais no número de troféus conquistados.
Em 2006, a Alemanha recebeu nova edição do Campeonato do Mundo. A cidade de Munique construiu um novo e belíssimo estádio, o Allianz Arena, para onde se mudaram o
Bayern e TSV 1860 no ano anterior à realização do campeonato mundial.
A fechar a década, em 2010, chegou a 8ª final da
Champions, em
Madrid, contra o
Inter de Milão. Uma nova geração comandada pelo holandês van Gaal com Lahm, Schweinsteiger, Müller, Ribery, Robben e Ólic eliminou Fiorentina,
Manchester United e Lyon para chegar ao grande jogo.
No Bernabéu, foram impotentes contra a superioridade dos italianos. Dois golos do argentino Milito selaram o destino da partida e os bávaros perdiam a "quinta". O
Bayern parecia encarnar um novo papel, por norma não reservado às equipas alemãs, o de especialista em finais perdidas.
Domínio completo na Alemanha
Em 2011/12, Louis van Gaal deu lugar a
Jupp Heynckes, depois do
Bayern perder a
Bundesliga para o rival Dortmund. A«máquina» afinava-se, mas os «amarelos» voltaram a levar a melhor em 2012.
A época foi um somar de frustrações, com o clube a terminar a segunda época consecutiva sem conquistar um troféu. Perderam também a final da Taça para o
Borussia Dortmund, mas a grande e dolorosa derrota chegou na final da
Champions, perdida no próprio estádio, contra o
Chelsea, no desempate através de grandes penalidades.
Ao contrário do que é comum no mundo do futebol, os diretores bávaros apostaram em Heynckes, confiantes que a segunda época só ia confirmar o retorno do
Bayern ao topo. O timoneiro de Mönchengladbach liderou então o
Bayern à época perfeita - mesmo depois de saber que seria substituído pelo espanhol Pep Guardiola no fim da época.
Bundesliga, Taça e Liga dos Campeões conquistadas com mérito, com a coroa de glória a ser conquista em
Wembley, onde na final germânica, o Bayen bateu o
Borussia Dortmund por 2x1. O futebol avassalador e espetacular dos alemães conquistava a crítica e o Mundo.
Fechou-se (ou parecia) o capítulo Heynckes e abriu-se o marcante capítulo Guardiola. A passagem do treinador espanhol pela Alemanha, não só mudou o futebol do
Bayern, mas também o futebol da Seleção alemã. A herança do ex-Barcelona era pesada, a nível de títulos e de estilo de jogo, no entanto Guardiola foi Guardiola. No seu primeiro ano, o novo timoneiro venceu Supertaças alemã Mundial de Clubes, Campeonato e Taça da Alemanha, mas falhou a conquista da
Champions e da Supertaça alemã. Contudo, acima dos títulos conquistados, destacou-se o futebol praticado pelos bávaros. A acutilância ofensiva herdada sofreu algumas alterações e deu lugar a um 'tiki-taka à alemã', ou seja, a capacidade de ter bola misturada com a frieza germânica na hora de fazer balançar as redes adversárias.
Este estilo foi 'levado' para a Seleção germânica e, coincidência ou não, a Alemanha sagrou-se campeã mundial em 2014.
O domínio interno do emblema de Munique continuou, embora com algumas 'falhas' nas Taças e Supertaças alemãs, bem como no 'calcanhar de Aquiles' de Guardiola no
Bayern: a Liga dos Campeões. Em 2016/17, Pep Guardiola partiu para um novo desafio e Carlo Ancelotti assumiu o leme, dando continuidade à veia vencedora nas provas domésticas.
No entanto, na época seguinte o técnico italiano acabou por sair numa fase precoce da temporada, muito criticado pelos resultados e pelos métodos de treino. Para o seu lugar veio o 'reformado'...
Jupp Heynckes, que assumiu o comando até ao fim da época e manteve os bávaros na trilha do sucesso, conquistando o inédito hexacampeonato, nunca alcançado na Liga Alemã. No último jogo da sua carreira, Heynckes não conseguiu vencer a Taça da Alemanha, que acabou por ir para o
Eintracht Frankfurt, clube de onde veio o novo treinador do clube da Baviera.... Niko Kovac.
O treinador croata não quis acabar com o domínio interno que os bávaros vinham habituando os seus adeptos e em 2018/19 conquistou tudo o que havia para conquistar na Alemanha: a Supertaça, a Taça da Alemanha e, mais importante, o também inédito heptacampeonato, numa edição onde o
Borussia Dortmund deu luta até ao fim, mas na qual o
Bayern acabaria por ser campeão com mais dois pontos que os seus rivais amarelos e negros. O único ponto negativo a destacar foi a eliminação nos oitavos de final da Liga dos Campeões, aos pés do futuro campeão
Liverpool.
Esse domínio não passou, no entanto, para o arranque da época seguinte e a inconsistência exibicional dos bávaros - mais até que a de resultados - levou a direção do clube de Munique a terminar a ligação a Kovac depois da goleada sofrida frente ao
Eintracht Frankfurt (
5x1), em fevereiro. A solução encontrada para assumir a equipa veio de dentro e o treinador adjunto Hans-Dieter Flick assumiu a equipa até ao final da época, convencendo com a qualidade de jogo demonstrada e que transpareceu para o sucesso desportivo. Isto porque o
Bayern de Flick venceu 13 dos 16 jogos disputados até ao final da época, conquistou o octacampeonato, venceu a Taça da Alemanha novamente e a isso ainda juntou a conquista da Liga dos Campeões, com os germânicos a bater o Paris SG (
0x1), no Estádio da
Luz.
Face a esse sucesso, a direção do
Bayern decidiu dar continuidade ao comando de Flick nos bávaros e mais uma vez o treinador alemão provou ser uma aposta segura, concluindo um grande período à frente do gigante bávaro com a conquista da Supertaça Europeia, do Mundial de Clubes, da Supertaça Alemã e ainda do eneacampeonato, o nono campeonato alemão consecutivo conquistado pelo
Bayern Munchen na Alemanha. A nível individual, o principal destaque dessa equipa era Robert Lewandowski, avançado polaco que entre 2019/20 e 2020/21 marcou um total de 103 golos em 87 jogos, além de 17 assistências. Este casamento de sucesso entre Flick e o
Bayern terminou, contudo, no final de 2020/21, com a seleção da Alemanha a recrutar o treinador e, por isso, os bávaros apostaram num dos treinadores "da moda" para 2021/22, o jovem (34 anos na altura) Julian Nagelsmann.