Sérgio Oliveira está a criar uma nova lei no FC Porto. É ele o redator desta equipa, é ele o comandante e é ele que dita os ritmos. Além disso, é também ele que decide. Em Vila do Conde, foi um golaço do camisola 13 que desequilibrou uma partida que tinha aberto com outro golo não menos fantástico de Postiga. O Rio Ave atrasou-se na luta pela Europa, os dragões voltaram a ganhar, depois do clássico.
Num cenário invernal, o Rio Ave entrou em campo a olhar para a Liga Europa e a ganhar duplamente: já tinha ganho no dia anterior, com a derrota do Paços de Ferreira contra o Tondela, passando novamente a depender apenas de si para chegar às vagas em causa; começou a ganhar também pelo enorme momento de Hélder Postiga.
Apanhado a perder, nem por isso o conjunto de José Peseiro se desmobilizou. Acertou, aos poucos, o que estava a falhar atrás (só se viu mais uma investida vilacondense na primeira parte, com exceção para as bolas paradas) e lançou-se no domínio da partida.
Com Rúben Neves mais simples na primeira fase de construção e com Sérgio Oliveira mais complexo no transporte para o passo seguinte, os azuis e brancos apareciam com uma boa densidade de homens junto à área do Rio Ave, que foi sempre muito certeiro na forma como anulou as entradas na área de André André, mas que cometeu um pecado capital.
Layún, outro dos regressados, fez o golo da igualdade, que se justificava na ida para os balneários: os dragões tinham mais bola, mas isso não se refletiu em maior qualidade.
O Rio Ave até pareceu mais disposto, no segundo tempo, a ter bola durante mais tempo, só que tal demorou bastante, por dois motivos: porque o vento estava contra e soprava com mais força e porque os dragões se mostraram mais audazes.
Depois sim, foi necessário um Rio Ave mais afoito. Conseguiu-o, na fase inicial, mas foi sol de pouca dura. As substituições ajudaram a equipa azul e branca a estancar as intenções de José Peseiro e os dragões foram ficando mais confortáveis com o andamento do relógio.
Ukra ainda deu alguma vivacidade ao ataque caseiro, só que o golo de Valera desfez as dúvidas.