Não foi o melhor começo do Benfica de Rui Vitória. Os encarnados foram derrotados por 3x2 por um PSG de segunda linha, mas o resultado, por se tratar de um jogo de pré-temporada, acaba por não ser o ponto mais negativo do encontro.
O setor mais recuado é aquele que por esta altura deve causar mais preocupações ao novo treinador dos bicampeões nacionais. Luisão e Jardel não foram propriamente felizes durante a partida e mais tarde também Lindelof, quando entrou, esteve longe de se destacar pela positiva. O meio-campo perdeu bolas a mais, no entanto o ataque deu alguns bons indicadores, especialmente na primeira parte, em que foi composto por elementos que já conhecem desde a época passada.
Quanto a reforços, Carcela, lançado ao intervalo, esteve bastante apagado e será preciso mais jogos para perceber o que pode acrescentar. Quanto a Marçal, entrou no decorrer do segundo tempo numa altura em que os parisienses atacavam pelo corredor central, beneficiando das perdas de bola do Benfica no «miolo».
Ficaram por lançar Ederson, Nélson Semedo, Fejsa, Djuricic, Taarabt, Raphael Guzzo e Nuno Santos.
Rui Vitória não sente a necessidade de romper com o passado e por isso baseia-se no que de bom foi feito por Jorge Jesus, seu antecessor, para começar a construir um Benfica moldado à sua imagem. Sinal disso foi o primeiro onze que escalou como treinador das águias, no qual se destaca apenas as presenças de Sílvio a lateral-direito – Maxi Pereira, titular nos últimos anos, mudou-se para o FC Porto após ter terminado contrato – e de Anderson Talisca – em vez de Salvio, que se encontra a recuperar de lesão.
Todos os outros nove elementos terminaram a última temporada como titulares indiscutíveis e Rui Vitória mostrou contra o PSG que rejeita qualquer cenário de uma rutura total. No entanto, a primeira impressão do Benfica do novo técnico, foi que está bem mais oleado do ponto de vista ofensivo do que defensivo.
Com boas combinações ao primeiro toque entre os elementos mais ofensivos, o Benfica foi quem teve a primeira boa situação para marcar, quando aos 17 minutos Anderson Talisca, com tudo para fazer o golo, permitiu a defesa a Kevin Trapp. Os encarnados estavam bem no ataque e até Sílvio se aventurava em zonas mais adiantada, mostrando a sua aptidão para atacar e até para fazer uso do remate, como aconteceu num lance em que obrigou o guarda-redes parisiense a uma defesa apertada.
No entanto, no meio-campo, Pizzi começou por falhar imensos passes em zonas proibitivas e contra outro tipo de adversário – este PSG não apresentou as suas estrelas - os estragos podiam ter sido maiores, até porque o setor recuado também esteve longe de estar em bom plano. Ainda assim, os parisienses adiantaram-se no marcador por intermédio de Agustín, aos 29 minutos, num lance em que Jardel não ficou isento de culpas pela (má) análise que fez e pela forma como se fez à bola. Instantes antes, já Júlio César tinha mostrado atenção ao defender um remate Bahebeck, após este ter deitado Luisão ao chão.
A perder, o Benfica conseguiu, no entanto, ter uma boa reação e em menos de um quarto de hora virou o encontro a seu favor. Como já foi referido, o setor atacante esteve uns furos acima do defensivo e o empate surgiu ao minuto 34, num lance em que Kevin Trapp defendeu para a frente um remate de Jonas e Talisca, ainda de fora da área, rematou para o fundo da baliza. Seis minutos depois, o internacional brasileiro voltou a estar perto de festejar com um novo remate de longa distância – que desta vez esbarrou no poste – mas o 2x1 viria a surgir ao minuto 42, num lance que começou num belo pormenor de Pizzi, que teve continuidade em Gaitán e que foi finalizado por Jonas, depois do argentino ter passado pelo guarda-redes e de, sem ângulo, ter tido a capacidade para ver o brasileiro em zona de finalização.
O treinador do Benfica decidiu promover três alterações ao intervalo. Sílvio, Pizzi e Jonas cederam os seus lugares a André Almeida, João Teixeira e Carcela, respetivamente, tendo sido este último sido o primeiro reforço para a nova época a merecer a confiança de Rui Vitória. Os encarnados até começaram bem e Talisca esteve perto de assinar o 3x1, mas aos poucos, fruto de algum cansaço natural nesta altura da pré-época e também da troca de jogadores, o ritmo baixou.
Com isso beneficiou o PSG, com jogadores bem menos entrosados que o Benfica, que acabou por restabelecer o empate por intermédio de um golo de Lucas Moura, internacional brasileiro que, aos 64 minutos, bateu Júlio César através da conversão de uma grande penalidade, assinalada por falta de Jardel sobre Nkuunku.
Imediatamente a seguir, Rui Vitória e Laurent Blanc aproveitaram para promover mais alterações nas respetivas equipas e dar minutos a outros jogadores, o que fez com que o ritmo do encontro se mantivesse baixo. Foi assim, nessa toada, que os franceses alcançaram a cambalhota no marcador, passando o resultado para 3x2 e confirmando o triunfo. A defesa encarnada não ficou isenta de culpas, primeiro pela forma como Lindelof foi ultrapassado por Augustín e depois pelo modo como Paulo Lopes foi batido na tentativa de defender o remate de Lucas Digne, que só parou no fundo da baliza.