A primeira parte das competições europeias desta temporada acabou e com isso ficaram definidos os vários apuramentos para a fase seguinte, a eliminar, lá para o mês de fevereiro do próximo ano.
Portugal teve uma prestação global bastante positiva na fase de grupos da Liga dos Campeões e da Liga Europa, uma vez que as quatro equipas envolvidas seguem em frente, ainda que com destinos diferentes. Assim, o FC Porto e o SL Benfica apuraram-se, em primeiro lugar dos respetivos grupos, surgindo como cabeças de série no sorteio que se vai realizar, ao passo que o Sporting desce para a Liga Europa, beneficiando do golo do Tottenham em Marselha no último lance do jogo, e o SC Braga desce para a Liga Conferência, apesar de ter conseguido dez pontos, que o colocou como o melhor terceiro classificado, mas castigado pelo triunfo do Union Berlin na Bélgica, frente ao Saint-Gilloise.
Os Gverreiros do Minho tiveram uma entrada forte na competição, vencendo nos dois primeiros jogos, e saíram bem, ao vencer no último encontro. O problema residiu nas três jornadas intermédias, onde apenas conquistaram um ponto e acumularam duas derrotas. O pecado maior esteve nos jogos da jornada dupla de viragem da primeira para a segunda volta, frente aos belgas do Saint Gilloise, em que apenas conseguiram um ponto, que não traduz o valor teórico das equipas, mas já sabemos que no futebol a justiça se faz com golos e aí a equipa de Artur Jorge foi amplamente penalizada pelos detalhes que decidem os jogos. Contra o Malmo foram conseguidas duas vitórias, vistas como naturais, uma vez que os suecos terminaram sem qualquer ponto amealhado, e frente ao Union Berlin também se podem considerar normais a vitória conseguida, em Braga, e a derrota amealhada, na Alemanha, pois estes alemães, mesmo sem produzirem um futebol atrativo, são bastante fortes e seguem na frente da Bundesliga, o que atesta bem o seu valor.
A última jornada trouxe a Braga uns suecos que se queriam divertir e que confirmaram a secura de pontos no fim da competição, depois de perderem na Pedreira, onde a irreverência da juventude introduzida por Artur Jorge na equipa foi traída pela falta de eficácia, que impediu que no fim houvesse um resultado desnivelado. A diferença mínima penaliza as diversas oportunidades desperdiçadas pelos arsenalistas, algumas delas a roçar o “obsceno”, em especial no segundo tempo.
O terceiro lugar no grupo, com uma pontuação que normalmente garante lugares mais acima, permite estreia na Liga Conferência, onde nunca uma equipa portuguesa passou as pré-eliminatórias. Assim, o SC Braga será a primeira equipa lusa a jogar efetivamente a competição e a única a ter disputado todas as competições organizadas pela UEFA.
O sorteio das competições europeias realiza-se amanhã (segunda-feira), onde eu espero que a sorte ajude os brácaros a abrirem boas perspetivas de seguir em frente na Liga Conferência. Ora, as próximas batalhas europeias, disputadas daqui a cerca de três meses, ocorrem depois de se disputar o Mundial do Catar e do fecho de mercado de inverno, dois acontecimentos que podem alterar os planteis e o potencial das diferentes equipas, em função do desgaste que poderá surgir por essa ocasião.
O que eu espero é que quando surgirem de novo as competições europeias os braguistas possam aspirar a chegar longe na primeira conferência disputada por uma equipa da nação valente.
Hoje é dia de regressar às competições internas, com o surpreendente Casa Pia a visitar a Pedreira e a recomendar muitas cautelas e muita competência, de modo a evitar algum dissabor, desnecessário ao pensamento de qualquer adepto braguista. Deixo aqui um convite, em forma de desafio, para que os adeptos marquem presença em massa e ajudem a equipa a manter o segundo lugar que ocupa neste momento.
Uma nota final para a eleição do Gverreiro Bê Martins como melhor jogador do mundo de futebol de praia. Depois de depois Jordan Santos, é o segundo jogador do SC Braga a conseguir tal distinção. A este tema voltarei em breve.