Numa história que já leva vários capítulos, ainda há continuidade no assunto estatístico que veio à baila na última quinta-feira. O Belenenses utilizou 11 portugueses de início e fez entrar mais três no jogo da Liga Europa, contra o IFK Goteborg. Sá Pinto desafiou, na sala de imprensa, a pesquisa histórica sobre o tema e o zerozero.pt apresentou-a logo depois. Agora, fomos falar com o técnico dos azuis.
Afável e visivelmente entusiasmado, o treinador reagiu-nos com amabilidade e entusiasmo pelo tema. De facto, tratou-se de algo invulgar, inédito e que não deixa de atribuir um cariz especial ao triunfo no jogo que devolveu a Europa ao Restelo oito anos depois.
«Já tive conhecimento [da estatística apresentada pelo zerozero.pt]. Fico surpreendido. É algo que nos orgulha, evidentemente. Ainda para mais, estamos a falar de jovens jogadores, muitos deles a fazerem a estreia nas competições europeias».
Uma particularidade que promete não ficar por aqui. Atualmente, não há no plantel do Belenenses qualquer jogador sem nacionalidade portuguesa, mesmo que isso, garante o técnico, não seja política exclusiva.
«Não é uma obrigatoriedade. É lógico que procuramos o jovem talento português, mas, acima de tudo, procuramos o jovem talento. Deram-se as saídas do Matt Jones e do Deyverson e, mesmo não havendo qualquer premissa estabelecida no clube, acaba por ser uma situação histórica e muito curiosa, até porque a isso fica ligado um bom resultado, contra todas as expectativas», relembrou.
«Em casa mandamos nós»
Outro pormenor estatístico relevante que resultou desse desafio é a continuidade da invencibilidade do técnico em jogos europeus como visitado. Questionado sobre se é adepto da máxima «Em casa mandamos nós», Sá Pinto sorriu e concordou.
«Sem dúvida que sou, sem dúvida que sou... Nem sempre é possível, o futebol é um confronto de forças, de qualidade. Mas, ainda agora contra o IFK Goteborg, penso que eles não fizeram o suficiente para marcar, mas acabaram por o fazer, mais por demérito nosso do que mérito deles. Isto é o futebol. Interessa é que o espírito está lá, a vontade está lá e, felizmente, os resultados têm acompanhado. Tem acontecido assim e espero que isso possa continuar a acontecer», desejou, lembrando a única vez que tal foi infrutífero no conjunto da eliminatória.
«É um registo importante, que me deixa feliz, naturalmente, mas que só faz sentido se o grupo que represento beneficie sempre com isso. Nestes registos tem sido assim, tirando o jogo contra o Athletic [pelo Sporting, nas meias-finais da Liga Europa em 2012], que não nos serviu por depois termos perdido em Bilbao nos últimos minutos», recordou.
Vitória por 2x1 contra o Bilbao acabou por ser curta ©Carlos Alberto Costa
Ainda que, por agora, o jogo contra os suecos tenha sido entusiasmante para os adeptos do Belenenses, a eliminatória ainda está longe de ficar decidida. Faltam 90 minutos contra uma equipa com muito mais potencial do que aquele que apresentou na margem do Tejo.
«Sinto que os jogadores estão motivados, confiantes e sem perder a lucidez do grande poderio do adversário», terminou, depois de apalpar o pulso aos jogadores no treino matinal deste domingo.BELENENSES
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