Na festa do título de campeão e frente ao Sporting, adversário contra quem conquistou o primeiro título nacional, na temporada 1921/1922, o FC Porto brindou os mais de 50 mil espectadores com um triunfo no último clássico da época.
Os golos dos campeões nacionais apenas surgiram a dez minutos dos 90, ambos por intermédio de Hulk, mas foram suficientes para os homens de Vítor Pereira conquistarem os três pontos e despedirem-se de um Dragão em ebulição.
Num jogo de festa para o FC Porto, o Sporting, que acabou o jogo com menos dois jogadores, viu cair por terra a oportunidade de agarrar o terceiro lugar e conseguir um lugar no play-off de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões, depois de quatro jornadas consecutivas a conquistar pontos ao SC Braga.
Primeiros 45 minutos mornos e sem grandes ocasiões de golo
O ambiente de festa que se vivia no Dragão antes do apito inicial do árbitro Pedro Proença merecia uma primeira parte melhor do que aquela que as duas equipas proporcionaram.
Numa etapa dividida e equilibrada, o FC Porto acabou por ter as melhores ocasiões de golo e o Sporting, a quem as contas deste campeonato ainda lhe interessavam, e muito, a tentar aproveitar possíveis deslizes dos azuis e brancos para fazer estragos.
À custa disso, os primeiros 45 minutos foram mornos e com poucos lances junto de qualquer uma das áreas, embora no final dos primeiros dez minutos o FC Porto tivesse estado perto de marcar por duas ocasiões.
Primeiro, após a cobrança de um livre, foi Otamendi que cabeceou ao lado da baliza leonina. Apenas dois minutos depois, foi a vez de Lucho González rematar ao lado, depois de ter efetuado um remate à entrada da área e em zona frontal.
Entraram bem os bicampeões nacionais, com o jogo controlado e com ocasiões de golo criadas. Mas a verdade é que Rui Patrício não foi mais incomodado até ao intervalo.
Após ter aguentado o ímpeto mais ofensivo dos dragões nos primeiros minutos, o Sporting procurou subir mais no terreno. Os homens de Sá Pinto, sempre bastante cautelosos nas questões defensivas, tentavam aproveitar possíveis deslizes dos da casa, algo que só aconteceu aos 43 minutos, quando Insúa rematou por cima da baliza de Helton, num lance rápido e que sucedeu a um remate de Varela na grande área contrária, em que o FC Porto ficou a reclamar uma eventual grande penalidade cometida por Onyewu.
Hulk resolve na segunda parte com bis do triunfo
Mas com estádio cheio (50212 espectadores) e por se tratar de um clássico esperava-se mais na etapa complementar e o certo é que o jogo tornou-se mais vivo.
O primeiro remate, sem qualquer perigo para Rui Patrício, surgiu por intermédio de Sapunaru, mas não demorou muito para surgir a melhor ocasião de golo até então. Anderson Polga, aos 53 minutos, executou um forte disparo do meio da rua e só não deu golo porque o poste impediu a festa leonina no Dragão.
Ficou o aviso dos forasteiros, ao qual o FC Porto respondeu por intermédio de Varela, mas Rui Patrício defendeu o remate do número 17.
Tal como na primeira parte, os primeiros minutos foram mexidos, mas desta vez as equipas não ficaram por aqui. Vítor Pereira, perto do minuto 60, foi o primeiro dos treinadores a mexer. De uma assentada tirou Sapunaru e Varela e colocou Danilo e Janko.
Com a alteração mais ofensiva, Hulk, que até então estava posicionado no eixo do ataque, descaiu para o lado direito e não demorou mais de um minuto para alvejar a baliza de Rui Patrício, puxando a bola para o pé esquerdo, o seu favorito, e rematando para defesa do guarda-redes do Sporting.
Logo de seguida, Sá Pinto também mexeu na equipa e Jeffrén, jogador que entrou para o lugar de Carrillo, teve uma boa ocasião para inaugurar o marcador, mas o remate, após assistência de Matías Fernandez, saiu por cima da baliza.
Era uma fase em que o FC Porto estava por cima do jogo e em que o Sporting tentava aproveitar a defesa mais subida dos campeões nacionais para explorar o contra-ataque. Mas a situação complicou-se para os verdes e brancos, que passaram a jogar com menos um desde o minuto 67, altura em que Onyewu foi expulso por ver o segundo amarelo.
Com mais um jogador, os dragões cresceram e tornaram-se mais perigosos. A partida passou a desenrolar-se no meio-campo defensivo do Sporting, com os da casa a ganharem quase sempre os duelos na zona do miolo, com João Moutinho, o melhor em campo, em destaque tanto nas movimentações defensivas, nomeadamente na recuperação de bolas, como ofensivas.
Fruto da aproximação mais regular junto da baliza do Sporting, o golo do FC Porto acabou por surgir a dez minutos dos 90 através de um lance de grande penalidade. Hulk, pela esquerda, cruzou para Janko e o austríaco, depois de um desvio com estilo, viu Patrício negar o golo com uma grande defesa.
Contudo, na sequência da jogada, o árbitro assinalou grande penalidade de Anderson Polga sobre James Rodríguez e expulsou o central brasileiro. Na conversão, Hulk, que nos últimos jogos tem estado com o pé quente, ofereceu a vitória ao FC Porto no último clássico da temporada
Pouco depois, Hulk ainda marcou por mais uma vez e decidiu de vez o jogo, embora o lance digno de realce tenha sido a expulsão de Fernando, que, ao contrário do que é normal, acabou por sair em festa do relvado.
2-0 | ||
Hulk 82' (g.p.) 90' |