O Paços de Ferreira voltou a sofrer uma derrota no tempo extra, uma semana depois. Léautey fez o único golo do jogo, cinco minutos depois dos noventa e com isso atirou os castores para uma aflita, já o Gil Vicente voltou a terminar um jogo a sorrir e com a folha limpa.
Confiança e desconfiança são duas palavras perfeitas para caracterizar o arranque do jogo entre castores e gilistas. A formação de Jorge Simão está a viver um momento de crise de identidade, enquanto que a turma de Ricardo Soares tem vindo a dar sinais de perfeição.
Não foi nenhuma novidade, portante, ver o Gil Vicente mais pressionante, a instalar-se desde o primeiro minuto no meio campo de ataque, a ser mais forte nas disputas de bola e a mandar no jogo. Os homens de Barcelos apresentaram-se com dois homens a condicionar a primeira linha de construção (Pedrinho e Fujimoto) e o Paços de Ferreira teve dificuldade em fazer o que mais gosta. Tendo optado pelo chutão só ganhou metros, nada mais.
As constantes trocas de posições, por parte dos médios interiores do Gil Vicente, não foram bem interpretadas pela defesa dos castores que passaram mal. Em várias ocasiões os minhotos alvejaram a baliza de André Ferreira, por Fujimoto e Samuel Lino, mas o guarda-redes pacense levou sempre a melhor.
A diferença entre as equipas era de tal forma gritante que os gilistas fizeram oito remates contra um do Paços de Ferreira. A equipa de Jorge Simão só tranquilizou perto do intervalo, quando o Gil Vicente diminuiu a pressão. Nessa altura, os pacenses puderam jogar pelas alas, aproveitando as incursões de Antunes e Jorge Silva, mas Denilson Jr. esteve demasiado desapoiado, durante a primeira parte.
Depois de 45 minutos de pouca coisa, o Paços de Ferreira melhorou bastante após o intervalo. É caso para perguntar: Onde esteve esta equipa na primeira parte. A formação de Jorge Simão passou a ocupar melhor os espaços e a ter mais bola.
Quando passou a construir, a formação do distrito do Porto foi bem perigosa. Utilizando os corredores e aproveitando a rapidez dos laterais, os castores estiveram diversas vezes perto do golo. Uilton Silva e o jovem Nuno Lima tiveram as melhores oportunidades, mas Ferlih negou a festa amarela.
Passada a fase de maior perigo, por parte do Paços de Ferreira, o Gil Vicente cresceu. A equipa de Ricardo Soares refrescou o meio campo, pegou na bola, começou a adotar o mesmo estilo do primeiro tempo e os castores voltaram a passar por calafrios.
A determinada altura a partida ficou partida com as duas equipas a demonstrarem grande vontade em marcar, mas um ponto é um ponto. O Paços de Ferreira, mais aflito, arriscou mais e voltou a ter o mesmo fim.
Numa das últimas jogadas do desafio, o Gil Vicente, explorando o lado esquerdo do Paços de Ferreira e uma segunda bola, fez o golo por Léautey, que sangue frio, bateu André Ferreira.
O Gil Vicente voltou a mostrar, em Paços de Ferreira, que está a viver o melhor momento da época, enquanto que os castores continuam com grave crise de resultados. São dez jogos sem ganhar para a Liga e Jorge Simão foi apupado, pelos adeptos, quando foi agradecer, no final do desafio.
O Gil Vicente teve a capacidade de aguentar a pressão do Paços de Ferreira e acreditar até ao fim. Marcou num último lance do desafio, depois de ter mandado no jogo, mas também depois de ter sofrido muito.
O Paços de Ferreira voltou a somar mais uma derrota. A equipa de Jorge Simão atravessa um momento sem precedentes e azar ou falta de sorte, frente ao Gil Vicente, faltou criar mais no primeiro tempo.
Artur Soares Dias teve uma noite tranquila. O juiz da AF Porto teve alguns lances mais duvidosos, para expulsão ou grande penalidade, mas manteve sempre firmeza.