Foi com espírito de luta e às «costas» do talento imenso de Kylian Mbappé que a França picou, antecipadamente, o bilhete para os oitavos de final do Campeonato do Mundo do Catar. Os campeões do Mundo bateram a Dinamarca, por 2-1, com um «bis» do avançado do Paris Saint-Germain. Com seis pontos em dois jogos, os gauleses dizem «oui» à fase seguinte.
À entrada atrevida da Dinamarca, a França respondeu com afirmação. Aos poucos, a equipa de Didier Deschamps ganhou ascendente no encontro e só não chegou ao intervalo em vantagem por capricho próprio do futebol. Foram, pelo menos, três os momentos de perigo criados pelos gauleses, com destaque para um Ousmane Dembélé revigorado e um Mbappé superlativo.
O extremo do FC Barcelona, tantas vezes aleado do próprio talento, foi uma enxaqueca daquelas para Victor Nelsson, o dinamarquês encarregue de o travar. Foram cruzamentos atrás de cruzamentos que pediam melhor aproveitamento. Aos 21 e 40 minutos, Adrien Rabiot e Kylian Mbappé foram perdulários; já antes, Giroud também.
A França carregou, indiscutivelmente. A Dinamarca, que tentou ter bola, viu-se obrigada a trabalhos maioritariamente defensivos. Ainda assim, aos 36 minutos, Andreas Cornelius levou perigo à baliza de Lloris, mas o guardião do Tottenham Hotspur ergueu as mãos para travar o remate do dinamarquês.
O ascendente gaulês acabou por ser recompensado pouco depois da hora de jogo. Theo Hernández e Kylian Mbappé desenharam o lance no flanco esquerdo, com o avançado do Paris Saint-Germain a finalizar para dar vantagem à França. Esperava-se, por aí, que os campeões do mundo embalassem na vantagem para fechar as contas; errado.
A formação nórdica arregaçou as mangas e deu luta; da boa. Tanto assim foi que o empate chegou apenas sete minutos depois. Christian Eriksen bateu um canto, Joachim Andersen desviou ao primeiro poste e Andreas Christensen apareceu com potência a cabecear sem possibilidades de defesa para Lloris.
Com mais de 20 minutos para jogar, o encontro ganhou em emoção, com as duas seleções à procura da vitória. Perigo de um lado, perigo do outro. O golo podia cair em qualquer uma das áreas. Apareceu, por fim, a quatro minutos dos 90 e novamente pela estrela mais cintilante dos Le Bleus: Mbappé. Com a coxa, ao segundo poste, o avançado disse «sim» ao cruzamento de Griezmann.
Sem brilhar, mas com o brilho distinto de um dos melhores do planeta, a França já não precisa de fazer contas na última jornada. Essas ficam para Austrália, Tunísia e Dinamarca.
É, indiscutivelmente, um dos astros maiores do futebol moderno. Kylian Mbappé foi herói e figura de destaque na vitória - e no apuramento - francês, com dois golos em momentos decisivos. À aceleração inigualável, à técnica refinada e à explosão «monstruosa», o avançado do PSG juntou frieza de «matador».
É certo que disputou o resultado até ao último segundo frente à campeã do Mundo, mas a imagem geral desta seleção dinamarquesa transparece pouca explosividade e capacidade para «ferir». Se a derrota frente à França se aceita, o empate pobre diante da Tunísia pode custar o apuramento.