O FC Arouca sentiu falta dos golos de Cristo González. Depois de dois jogos em branco (o jogador e a equipa), a turma da Serra da Freita regressou aos triunfos por 2-1, com o espanhol a decidir na vitória sobre o Farense, que continua sem vencer desde 20 de janeiro.
Antes do apito inicial, Daniel Sousa voltou a ter duas boas notícias. Rafa Mujica, o melhor marcador do campeonato, e David Simão, capitão, voltaram ao onze inicial. Do outro lado, José Mota apostou em Facundo Cáseres e Bruno Duarte para os lugares que pertenceram a Cláudio Falcão e Mohamed Belloumi.
Foi debaixo de muito frio e vento que FC Arouca e Farense iniciaram o encontro. A chuva? Deu tréguas pouco antes dos primeiros passes, um aspeto que contribuiu e muito para o espetáculo (nem sempre muito bonito, diga-se) dos dois conjuntos, a atravessar fases complicadas da temporada e, portanto, com necessidade de pontuar para continuarem as respetivas caminhadas.
Ainda assim, este espetáculo demorou a arrancar. A turma da casa começou ligeiramente melhor, contou com algum controlo da posse de bola, mas pareceu algo intranquila, especialmente no capítulo defensivo, onde algumas perdas de bolas resultaram em oportunidades contrárias, sobretudo com Zé Luís e Bruno Duarte - dupla inédita em 2023/2024 - como as principais referências de perigo.
O FC Arouca cresceu e tal como tem vindo a ser habitual esta temporada, sobretudo nos últimos meses, entregou a tarefa de ameaçar a baliza de Ricardo Velho a dois jogadores: Cristo González e Rafa Mujica. A dupla espanhola, que tantas alegrias deu, nunca encontrou a fórmula para ultrapassar Ricardo Velho, um dos melhores neste primeiro tempo.
No entanto, o golo não se escreveu em espanhol. Na sequência de um pontapé de canto, Tiago Esgaio apareceu ao primeiro poste e cabeceou... para o segundo poste, um cenário que nenhum adversário conseguiu travar para a primeira prenda da Páscoa. Tudo contado nos primeiros 45 minutos e sinais distintos para as duas equipas: vantagem para os arouquenses e o correr atrás do prejuízo por parte dos forasteiros.
José Mota foi o primeiro técnico a mexer. O treinador recorreu às peças que tinha no banco de suplentes, poucos segundos depois de uma grande oportunidade travada por de Arruabarrena. Altura de Mohamed Belloumi e Elves Baldé, este último que assumiu a posição de lateral direito, após a saída de Fran Delgado, defesa que não conseguiu fazer a diferença.
Ainda assim, as mudanças não tiveram o efeito desejado. O FC Arouca continuava tranquilo e a chegar com insistência ao último terço. E se na primeira parte dissemos que Cristo González e Rafa Mujica não estavam com a mira apontada, não podemos repetir a ideia no segundo tempo.
O Farense ainda contou com um golo de pé esquerdo de Bruno Duarte, mas não serviu para alterar o desfecho final. Os adeptos aplaudiram a exibição dos comandados de Daniel Sousa, técnico que tem sido apontado com insistência à porta de saída.
Não saberemos se voltaremos a ver o treinador com as cores amarelas e azuis, mas o impacto positivo tem sido incontestável. O final de um bonito capítulo?
Ao mesmo tempo que o FC Arouca - Farense, disputou-se o Vitória SC - Moreirense, onde a equipa da casa venceu pela margem mínima. Ora esta vitória arouquense ganha ainda mais importância desse ponto de vista, uma vez que se aproximou do sexto lugar, atualmente ocupado pelos cónegos com mais cinco pontos. Não viram a cara à luta.
Os Leões de Faro ainda criaram chances, mas tal revelou-se insuficiente para conseguir entrar na discussão pelo resultado mais cedo. O remate certeiro de Bruno Duarte criou uma réstia de esperança... que acabou por não resultar em algo mais deste encontro.
Tarde algo atribulada para Luís Godinho. Alguns lances com algumas dúvidas, mas esteve bem na amostragem do cartão vermelho a Facundo Cáseres, na reta final do encontro.