O FC Porto venceu em Famalicão por 2-4, num encontro onde foram marcados quatro golos de grande penalidade. Os dragões estiveram empatados, ao intervalo, mas nunca se sentiu qualquer tipo de nervosismo por parte dos jogadores portistas, mesmo que no jogo estivessem sobre a pressão de evitar que o título de campeão já fosse dado como entregue.
Ligados, totalmente ligados, ligadíssimos. Assim entrou o FC Porto em campo. A equipa de Sérgio Conceição foi um vendaval, nos primeiros minutos de jogo e o Famalicão não soube lidar com isso.
Dobre tentou ajudar Penetra, Ivo Rodrigues também foi obrigado a descer no terreno, mas Galeno foi mais que suficiente para os três. É certo que teve a sorte de Otávio por perto - o médio portista teve o poder aparecer em todo o lado, nos primeiros minutos - e os golos surgiram com naturalidade.
Aos dois minutos Eustaquio deu a primeira ameaça, Taremi marcou aos sete, depois de Otávio ter sofrido grande penalidade aos quatro minutos. O iraniano bisou aos dez e nessa altura poucos, no estádio, pensaram que o FC Porto iria tremer. Mas tremeu.
Não devia acontecer, mas aconteceu. O Famalicão entrou na mesma velocidade, sem ter que fazer STOP no encontro. O rolo compressor do FC Porto teve o modo turbo ativado, mas o Famalicão neutralizou com a capacidade de Ivo Rodrigues fugir no espaço.
A equipa de João Pedro Sousa entrou ainda mais no jogo, com o golo. O FC Porto não mudou o chip, mas também não precisou, pois continuou a chegar com muito perigo à área de Luiz Junior. Grujic teve uma soberana oportunidade para fazer o terceiro golo, mas a defensiva do Famalicão mostrou-se, nesse período, mais coesa que nunca.
Apesar dos azuis-e-brancos terem estado mais perigosos, o Famalicão teve capacidade de aproveitar os erros posicionais dos portistas e causou calafrios. A equipa minhota preencheu bem a zona central e conseguiu igualar o jogo, em cima do intervalo, por Colombatto, na conversão de uma grande penalidade.
O jogo ficou vivo e ainda na primeira parte os nervos portistas quase que colocaram os famalicenses na frente, mas Pablo ficou perdido com a falha de comunicação entre Marcano e Diogo Costa e o lance de perigo perdeu-se.
O Famalicão voltou para a segunda parte com uma missão bem presente: evitar que o FC Porto pressionasse nos primeiros minutos e com isso tentar elevar os nervos portistas a outro nível.
Os dragões nunca demonstraram preocupação com o resultado, até porque na baliza, Diogo Costa passou essa segurança. Aos poucos, os homens de Sérgio Conceição foram empurrando o jogo para o meio campo ofensivo, mesmo que o técnico portista já estivesse a preparar duas alterações para mexer com o jogo.
🇮🇷Mehdi Taremi faz pela primeira vez na carreira um 'poker' num jogo.
O avançado portista chega aos 100 golos em 🇵🇹Portugal:
79 🔵FC Porto
21 🟢Rio Ave pic.twitter.com/4WEBkEfjYj
— Playmaker (@playmaker_PT) May 20, 2023
O FC Porto conseguiu colocar-se novamente na frente de grande penalidade e ampliou da mesma medida. Em ambos os casos, os homens do Famalicão levaram ao máximo o risco e não tiveram capacidade de evitar o castigo máximo.
Taremi não tremeu e assinou o seu primeiro poker na carreira. O FC Porto defendeu a sua ideia de jogo ao máximo e teve muito mérito nisso. Os portistas ganham em Famalicão com inteira justiça e os jogadores de Sérgio Conceição cumprem, na perfeição, o desejo dos adeptos: levar a discussão do título até ao fim.
Mão de Zaydou Youssouf
O Famalicão conseguiu segurar os primeiros 15 minutos da segunda parte e até foi mais perigoso nesse período, mas aos 61 minutos Zaydou Youssouf fez uma asneira de um tamanho do estádio. O médio francês desviou um remate de Eustaquio com a mão, na área. A forma como o médio se fez à bola foi displicente. O FC Porto nunca mais perdeu o controlo do encontro.
Fábio Veríssimo teve um jogo muito complicado e com muitas decisões para tomar. Assinalou quatro grandes penalidades e em todas elas teve razão na decisão. Na primeira fez cumprir as regras, depois de Riccieli ter entrado na área, antes de Taremi ter rematado à baliza. Num jogo onde os nervos estiveram à flor da pele esteve bem no capítulo disciplinar.
A equipa portista não acusou a pressão de ter de ganhar. Mesmo quando esteve empatada, os jogadores de Sérgio Conceição souberam manter a estratégia bem alinhada. Uma gestão perfeita a todos os níveis: na estratégia e na tranquilidade.
É compreensível que Fábio Veríssimo tivesse de dar tanto tempo extra, mas 13 minutos do segundo tempo foram um exagero e jogados na totalidade, mesmo quando toda a gente já suspirava pelo fim do encontro.