Com Bruno Duarte a vestir o fato de gala, o Vitória goleou o Paços de Ferreira e conseguiu excelente jornada contra um concorrente direto, para além de ter ganho novamente pontos ao Gil Vicente, ainda com o 5.º lugar na mira. Os castores estiveram muito bem na primeira parte, só que colecionaram um número bastante exagerado de erros que custaram bastante caro. Foram três penáltis, todos aproveitados pela equipa de Pepa (um deles na recarga), num jogo em que os vitorianos foram melhorando com o decorrer do relógio e puderam brindar os quase 15 mil adeptos com um triunfo que vai saber bem na Páscoa em Guimarães.
Já os houve bem diferentes para este Vitória. Ao longo desta época, e sem precisarmos de sair deste estádio. Desta vez, foi bem diferente. Não nos parece descabido falar de um Paços de Ferreira globalmente superior em caudal de jogo na primeira meia hora. Foi mais forte e autoritário nas divididas e, com isso, teve mais bola que o adversário. Foi também bastante criativo a entrar no último terço para criar perigo, embora bastante inferior na hora de finalizar.
O Paços tinha entrado melhor e o golo não o fez vacilar. Continuou a mandar no jogo, perante um Vitória que procurava, por André Almeida e Rochinha, responder com criatividade. Ia surgindo espaço na defesa dos castores e os vimaranenses, conseguindo sair poucas vezes, quando o faziam criavam perigo.
O conforto no marcador era maior do que o sentido no campo. Por isso, Pepa teve algumas coisas para corrigir ao intervalo. Conseguiu-as com bastante sucesso, já que, na segunda parte, o Paços de Ferreira já não conseguiu o mesmo nível de aproximações à área. Não se pode dizer que Bruno Varela tenha sido um mero espectador, mas quase.
Tudo somado e o Vitória passou a dono do jogo a toda a escala. Lameiras atirou ao poste, depois viu André Ferreira fazer uma grande defesa a negar-lhe o golo e, mais tarde, já depois de Bruno Duarte ter bisado na recarga a um penálti desperdiçado por André Almeida, foi ele mesmo marcar outro penálti, o terceiro do jogo, e festejar com raiva e alívio - há algum tempo procurava o doce sabor do golo.
Claro que é preciso quem desbloqueie e faça o mais difícil, mas o mais comum, com 2x0 ao intervalo, é uma equipa relaxar. Ora, depois de ter tido alguma felicidade na primeira parte, o Vitória fez por merecer o resultado ao se mostrar insaciável na segunda. Bela exibição.
A forma como Maracás aborda o lance que dá no primeiro golo é algo difícil de entender num jogador que já tem alguns anos de primeira liga. Foi imprudente e precipitado e começou, logo aí, o défice da equipa. Terá melhores noites pela frente pois tem qualidade. Esta foi má.
Uns mais evidentes que outros, mas diríamos que todos os penáltis foram bem marcados. Na condução do jogo, não se pode dizer que Hélder Malheiro esteve irrepreensível, mas a nota é positiva.