Se há jogo que mostrou bem a diferença entre entrar em campo completamente tranquilo ou pressionado, foi este entre o Arouca e o Santa Clara. Os da casa sabiam que numa jornada em que Moreirense e Tondela jogam entre si, um triunfo seria um passo de grande importância na corrida pela manutenção. Os açorianos entraram tranquilos e sabendo que um ponto chegava bem para anular qualquer risco.
No meios das faltas, das perdas de tempo e das imensas bolas perdidas, ainda apareceram alguns lances de perigo e de alguma qualidade, com destaque para o passe de David Simão a isolar Arsénio (Marco defendeu tentativa de chapéu) e o lance pela direita do Santa Clara entre Ricardinho e Tagawa, que terminou com uma grande defesa de Victor Braga ao remate do japonês.
Não foi por isso uma grande surpresa quando o apito de intervalo chegou e o resultado estava sem golos. Podemos mesmo dizer que dificilmente seria algo diferente, depois do que não vimos no relvado.
Só que quem marcou foi mesmo o Arouca e pelo inevitável André Silva. Como não podia deixar de ser neste jogo, esse primeiro golo (e até o segundo) só podia acontecer num lance confuso e com um erro. Desta vez quem errou foi Sagna que na resposta a um cruzamento na direita, não só meteu toda a gente em jogo, com depois ainda cortou de cabeça para zona proibida, oferecendo a André Silva.
O golo acordou o Santa Clara que entrou na partida tão descontraído que começou a perder tempo logo no primeiro pontapé de baliza. O empate acabou mesmo por chegar, sem que a equipa de Mário Silva tenha feito muito por isso. Foi mais um erro, desta vez de Thales, que não limpou bem um lance e permitiu a Ricardinho um remate à entrada da área. A bola bateu num defesa e sobrou para o Tagawa.
Ora, como o empate interessava bem menos ao Arouca, os minutos finais foram de pressão da equipa do distrito de Aveiro, que colocou todos os avançados que tinha no campo, com Ruiz e João Basso a terem as melhores oportunidades, com destaque para o central que acertou na barra.
Certamente que as gentes de Arouca vão sair deste jogo com uma sensação amarga. Não foram brilhantes na primeira de cinco finais, mas, a haver um vencedor, só podiam ser os do continente. Já o Santa Clara jogou para o ponto e conseguiu.
Um ponto é melhor que zero, mas três também são melhores que um. Por isso, nota para a vontade máxima de Armando Evangelista em vencer o jogo. Terminou o jogo com quatro homens na área do Santa Clara e ficou muito perto de conquistar os três pontos.
De forma mais clara no primeiro tempo, o ritmo deste jogo foi quase enervante de tão lento. Muito por culpa do Santa Clara, é verdade, mas também de uma arbitragem à portuguesa.
A falta de ritmo do jogo a muito se deve também à arbitragem de Manuel Oliveira. Chega a ser impressionante como um árbitro permite tanta perda de tempo e vê tanta falta.