Há cada vez mais vista sobre a manutenção na zona da Boavista, na cidade do Porto. Os axadrezados receberam e venceram, este sábado, o Arouca por 1x0, em jogo da 29ª jornada da Liga Bwin, e saltaram para o patamar dos 33 pontos. Os arouquenses ficam no imbróglio que são as profundezas da classificação, com 25 pontos.
As ausências de «peso» existiam de parte a parte. Sauer do lado axadrezado, David Simão e André Bukia no Arouca. O jogo provou que doeram mais aos visitantes, incapazes de serem verdadeiramente perigosos na primeira parte. Do outro lado, a pantera de Petit provou ser cada vez mais um «animal» robusto à prova de contratempos.
Perante um estádio do Bessa bem composto (10.128 espectadores), o Boavista foi, desde cedo, mandão e apresentou-se com um padrão bem definido: construção nos pés de Seba Pérez à procura da profundidade de Kenji Gorré. Dentro do padrão, boas variabilidades. Filipe Ferreira esteve sempre ativo na ligação ao parceiro de ala e, por isso, a equipa da casa atacou mais por aí.
À naturalidade do golo seguiu-se a naturalidade do perigo boavisteiro: Musa (18') quase fez um golo de antologia, Gorré (30') e Seba Pérez (34') ficaram perto de folgar o marcador para o seu lado ainda dentro dos primeiros 45 minutos. Como apêndices daqueles que mais se destacavam, Vukotic cumpria e Luís Santos movia-se constantemente na linha da frente.
As palavras debitam-se a preto e branco porque do outro lado poucas servem para resumir a primeira parte do Arouca. Muito débil sem a visão de David Simão e a capacidade técnica de Bukia, a equipa de Armando Evangelista foi inofensiva. Um remate de meia distância de André Silva (42') foi dos poucos sinais de vida; Bracali estava batido, mas a bola passou ao lado.
Foi praticamente o mesmo filme depois do intervalo. É certo que o Arouca regressou com vontade de mudar, algo que fosse. A equipa subiu mais as linhas e até teve na cabeça de Arsénio uma bola de golo feito (61'), mas a manta foi curta. Dentro e fora do relvado, onde Armando Evangelista, perante tantas limitações, ficou de mãos atadas para mexer decisivamente com o jogo.
Na fita do jogo couberam, por isso, mais momentos de perigo boavisteiro, com Musa a espreitar o golo em dois momentos (59' e 66'); no segundo, a jogada foi sublime, tal como o voo de Victor Braga a manter o Arouca ligado ao jogo pelo resultado. E faltava isso à pantera, tirar o Arouca da equação dos pontos e, por isso, no cavalgar dos minutos instalou-se algum nervosismo no Bessa.
Da tal manta curta, Armando Evangelista ainda «sacou» Alan Ruiz, Bruno Marques e Dabbagh para os 20 minutos finais, os tais onde a incapacidade boavisteira para fechar o jogo (Yusupha teve o 2-0 nos pés aos 79') foi dando oxigénio a um Arouca pouco perigoso mas com a esperança viva. No final, os três pontos ficaram mesmo no Bessa para gáudio dos mais de 10 mil boavisteiros.
É um histórico, com títulos no palmarés e uma base de apoio inconfundível. Por isso, e porque as plateias não raras vezes são pobres, os mais de 10 mil adeptos no Bessa coloriram o final de tarde na cidade Invicta. Por mais palcos assim.
Para uma equipa que, já de si, vive da limitação do plantel, não ter David Simão e André Bukia é uma «machada» fulminante, não só na preparação mas nas opções para mexer com o jogo. Armando Evangelista tentou, mas pareceu tudo muito curto.
Jogo tranquilo e sem notas relevantes a assinalar na arbitragem de Vítor Ferreira no estádio do Bessa.