Era para ser uma «noite à Braga» e não desapontou. O ambiente no apito inicial, os momentos de bons futebol e, sobretudo, o resultado que permite sonhar com um lugar na meia final da Liga Europa e entre as quatro melhores equipas da prova.
O SC Braga bateu o Rangers por 1-0 numa exibição convincente que justificou o desfecho. Abel Ruiz foi novamente o marcador de serviço, a mostrar que tem realmente queda para a Europa, assim como esta equipa de Carvalhal.
Se há um lugar onde este SC Braga brilha é na Europa. Brilham os jogadores e brilham os adeptos, que corresponderam ao pedido do treinador na antevisão do jogo e apareceram em grande número ainda antes do apito inicial. Quem também não quis faltar ao espetáculo foram os escoceses, que encheram a bancada destinada aos visitantes e ajudaram a protagonizar um autêntico espetáculo na altura em que as duas equipas subiram ao relvado.
Sem Paulo Oliveira, em troca com Yan Couto (Fabiano foi para terceiro central), os arsenalistas mantiveram a identidade, com destaque para a titularidade de Abel Ruiz, que tinha saído ao intervalo na última jornada. O espanhol tem queda para as competições europeias e, já depois de André Horta ter tido um golo anulado por falta na jogada, foi novamente o camisola 9 a adiantar o SC Braga numa eliminatória, já depois de o ter feito contra o Monaco.
De forma simples, a dominar de esquerdo e a atirar de direito, Abel Ruiz traduziu em golos o domínio que vinha a ser bracarense, perante algumas ameaças dos escoceses em transição.
A vantagem interessava à turma de Carvalhal e isso notou-se na abordagem para a segunda parte. Menos homens em zonas de finalização, uma linha de centrais mais cautelosa, ainda que sem deixar de querer dominar a posse de bola e criar situações de ataque posicional. Foi, contudo, um SC Braga mais concentrado em proteger a vantagem do que propriamente focado em aumentá-la.
Com a proximidade dos minutos finais, os escoceses mandaram mais homens para o ataque, ainda que sem grande critério. O SC Braga agradeceu e protegeu a baliza até ao apito final. A vantagem é portuguesa para a segunda mão dentro de uma semana no Ibrox.
Noite para recordar, não só pelo resultado que permite sonhar, mas também pela réplica dada pelos adeptos das duas equipas. Casa muito bem composta com direito a coreografia e cânticos do início ao fim.
Também por mérito dos arsenalistas, é certo, mas a verdade é que esta equipa do Rangers esteve muito longe daquilo que até há pouco tempo mostrou ter capacidade para fazer. Que o diga aquela equipa que saiu daqui com uma vitórias há duas temporadas.