Foi um Benfica bem diferente na estreia de Nélson Veríssimo (tática e emocionalmente), mas foi um FC Porto igual e isso bastou para que a vitória voltasse a ficar no Dragão, uma semana depois dos 3x0 da Taça. Os encarnados deram mais troco, só que uma expulsão despropositada de André Almeida deitou tudo a perder... e deu tudo a ganhar a uma equipa a quem faltou Luis Díaz e que ainda teve duas lesões na mesma posição. Uma vez mais, foi um FC Porto triunfante e a mostrar superioridade sobre o rival.
Como muito tinha acontecido desde há sete dias, antever este jogo era tarefa hercúlea. Para os treinadores também, no que diz respeito à antecipação da dinâmica do adversário - e Conceição tinha redobrada dificuldade, para além de não poder contar com Luis Díaz e Evanilson. Por isso, também optou por surpreender, com Fábio Vieira a acompanhar Taremi e com Pepê na esquerda - Sérgio Oliveira e Corona poderiam ser opções mais lógicas, pela experiência. E surgiu no esquema do costume, esperando para ver o que o Benfica apresentaria.
Portanto, foram 20 minutos bem discutidos, com o Benfica a meter o pé e a crescer para o adversário. Só que, após a primeira grande oportunidade (já duas tinham existido do outro lado), Everton desperdiçou. E o FC Porto acusou o alerta.
O FC Porto subiu a pressão, depois de ter percebido o que fazia o adversário (Gonçalo Ramos e Yaremchuk participativos na construção, Rafa e Everton a tentarem o desequilíbrio por fora. Marcou os golos e podia ter feito mais, já que as feridas da águia ficaram totalmente expostas, outra vez desconfiadas do seu valor. Explicativo disso foi o facto de, momentos antes do primeiro, o Benfica ter tido a sua melhor oportunidade, pelo ucraniano - grande defesa de Diogo Costa.
A tal questão da mensagem repetiu-se, agora com efeitos práticos... mas não para todos. Aconteceu ao Benfica o melhor que podia ter acontecido, logo a abrir, numa cópia da simplicidade com que o FC Porto chegara aos golos: passe para desmarcação, cabeça de Rafa levantada e golo de Yaremchuk. O jogo estava relançado e havia alma benfiquista revigorada, só que André Almeida, teoricamente mais experiente, viu segundo amarelo de forma desnecessária e deixou a equipa com menos um.
O Benfica tinha feito tripla alteração pouco antes, mostrou-se mais desorganizado e Taremi furou para (finalmente) marcar, num golo que foi bastante especial pelo fim da seca e, sobretudo, para congelar as ambições que os encarnados ainda estavam a ter no jogo.
Foi um novo jogo, foi uma nova história, mas, tal como há uma semana, o final foi igual.
O facto de o Benfica ter tido um comportamento bem melhor desde o início tornou o jogo muito mais interessante (e bem jogado), embora isso não tire uma ponta de mérito ao FC Porto, pelo contrário. Na adversidade de não ter várias peças importantes, Conceição encontrou outras, conteve as surpresas vindas do outro lado e ganhou com qualidade, uma vez mais.
João Mário lesionado a meio da primeira parte já era mau para os dragões. Manafá lesionado a meio da segunda tornou-se ainda pior, pese embora a boa entrada de Corona. Sérgio Conceição ganhou um duplo problema na mesma posição, para solucionar em breve. Estará o mexicano com a cabeça no sítio certo?