Abram alas aos beirões

O Tondela conquistou a segunda vitória consecutiva no Campeonato, pela primeira vez esta temporada. Depois do triunfo com contornos épicos na receção ao Famalicão (3x2), a turma de Pako Ayestarán visitou o Belenenses SAD (0x2), que continua a jogar em Leiria na condição de visitado, para amealhar mais três preciosos pontos para a luta pela manutenção.

Bom entendimento

Ainda procurávamos descortinar o desenho tático do Belenenses SAD, que mudou de figurino para o duelo com os beirões, com Petit a apostar no 4x4x2 tradicional e não no habitual 3x4x3, quando Murillo rompeu pelo corredor direito do ataque auriverde e cruzou atrasado para a finalização de Pedro Augusto.

Murillo fez estragos de um lado ©Vítor Parente / Kapta+

O Belenenses SAD reagiu ao golo madrugador com algumas incursões interessantes pelo meio-campo contrário, mas faltou sempre algum critério no último terço, com os azuis a tomarem algumas decisões precipitadas, como passes falhados ou remates sem nexo, diretamente para fora, dando muito pouco trabalho a Trigueira.

Em sentido contrário, o Tondela pautava o seu jogo com muita confiança e quase sempre que aparecia na área contrária criava perigo, com particular destaque para os remates de Salvador Agra, aos 10 minutos, e João Pedro, aos 29', este último para excelente intervenção de Luiz Felipe. 

Que belo desenho...

O regresso para a segunda parte trouxe algumas novidades no lado dos azuis. Petit deixou Camacho no balneário e lançou Afonso Sousa, ajustando também o esquema para um 4x2x3x1, com Pedro Nuno a surgir nas costas de Ndour e Alisson Safira encostado ao corredor direito.

E Salvador Agra do outro ©Vítor Parente / Kapta+

Depois da ameaça, o (segundo) golo apareceu mesmo. Trabalho fabuloso de Salvador Agra, a romper do lado esquerdo para o meio e a servir Jhon Murillo para o 0x2. Mais uma vez, tudo muito rápido, simples e eficaz. E bonito!

Pese a desvantagem de dois golos, o Belenenses SAD ainda correu atrás de algo positivo, mas sempre com muitas lacunas. O conjunto de Petit ainda se pode queixar de uma grande penalidade que terá ficado por marcar a sensivelmente dez minutos do final, mas nem isso justifica a paupérrima capacidade para fazer dano ao adversário.