Houve chuva, muito vento e um relvado por vezes complicado, mas desta vez havia linhas e por isso houve jogo e vitória (2x1) do Santa Clara sobre o Paços de Ferreira. Os açorianos mostraram adaptação às condições climatéricas e do terreno, aproveitaram erros crassos dos Castores e triunfaram com justiça, num jogo onde Schettine pôs fim a uma dupla seca: a de golos e a do Santa Clara, que não vencia nos Açores desde setembro.
O dia antes foi como se sabe. Falou-se de linhas, de cal, viva ou não, do tempo, da chuva e do tempo que se demorou a adiar um jogo que desde cedo parecia adiável. Os pacenses ficaram nos Açores para um jogo que acabou por acontecer perante condições que não deixaram confortáveis os homens de Pepa. Ricardo Ribeiro fez questão de o dizer antes do jogo, mas durante a partida os colegas mostraram que o guardião não era o único com dificuldades.
A primeira parte até podia ter corrido melhor à equipa de Pepa. Ainda com o relvado num estado aceitável e com a chuva sem grande intensidade, os Castores jogaram a favor do vento, mas raramente conseguiram aproveitar esse fator. Marco ainda foi obrigado a duas defesas apertadas na sequência de remates de fora da área, mas o Santa Clara mostrou trazer ideias para este jogo mais... claras.
Os açorianos apostaram num jogo mais objetivo, mais direto, com Carlos Júnior e Schettine a procurarem sempre uma sobra ou uma bola que ficasse presa no relvado. A primeira parte mais sábia por parte da equipa de João Henriques não deu em vantagem por centímetros. O primeiro golo anulado a Carlos Júnior foi claro e nem precisou de intervenção do VAR, ao contrário daquele que Fábio Cardoso marcou de cabeça. O capitão estava mesmo adiantado, mas a equipa da casa nunca perdeu o norte.
Desagradado com a prestação da sua equipa, desinspirada a nível ofensivo, Pepa fez duas mexidas ao intervalo, mas a estratégia não demorou a cair por terra. No regresso dos balneários, os jogadores do Santa Clara mantiveram a postura de quem procura um pequeno deslize e foram premiados. Ricardo Ribeiro, também influenciado pelo vento, falhou na altura de aliviar uma bola que parecia perdida e apanhou Schettine atento. O avançado foi frio, ultrapassou o guarda-redes e acabou a seca de golos ao encostar para a baliza deserta do Paços de Ferreira enquanto dois defesas deslizavam impotentes para travar o golo do avançado.
A entrada dos Castores foi apática, mas sem tendência a melhorar. Já sem o vento favorável e com o relvado mais impraticável, a equipa nortenha teve sempre dificuldades para sair a jogar com ou sem qualidade. A verdade é que a bola raramente chegou à baliza de Marco e por isso foi só uma questão de tempo até o Santa Clara voltar a aproveitar. Agora com o vento a favor, um canto bem marcado por Costinha deu a Schettine o bis, de cabeça, momentos depois de Sanusi ter visto um golo anulado por mais um fora de jogo.
Não havia forma de o Paços de Ferreira dar sinal de vida. A equipa de Pepa estava à beira do precipício e só Ricardo Ribeiro, com duas intervenções espetaculares, segurou os pacenses, que acreditaram no empate nos instantes finais sem que poucos o esperassem. Marco Baixinho converteu um penálti sofrido por Oleg, mas desta vez não havia possibilidade de adiar o jogo e a derrota.
Jogaram com as armas que tinham. Com as dificuldades do terreno, os jogadores do Santa Clara mostraram sempre uma crença de que uma bola ia sobrar e que assim podiam resolver o jogo. Schettine foi premiado dessa forma.
A precisar de chegar à baliza contrária para chegar pelo menos ao empate, o Paços de Ferreira não foi perigoso, bem pelo contrário. A equipa de Pepa foi inofensiva e o estado do terreno não ajuda a explicar tudo.
Um jogo complicado de gerir, pelo estado do terreno, mas com arbitragem muito positiva.