Um Vitória demasiado subestimado por pelo menos uma pessoa está na fase de grupos da Liga Europa. Custou, o clube minhoto tornou a eliminatória com o FCSB bem mais difícil do que poderia ter sido por culpa própria e, em particular, por ineficácia, mas um penálti de Tapsoba resolveu a questão. Porque de penálti também conta.
Um Vitória com 18,352 nas bancadas e, certamente, muitos mais a apoiarem a causa vitoriana nesta eliminatória, foi bem melhor do que no duelo da Roménia, superiorizou-se de forma evidente ao adversário, mereceu sem margem para dúvidas os próximos meses de viagens por esse continente fora.
Fraco, o Vitória SC? Nada disso, senhor Becali, ainda que na tal questão da finalização até se possa dar um pouco a mão à palmatória... Com uma entrada muito forte no jogo, intensa, com vontade de mostrar rapidamente que merecia chegar à fase de grupos da Liga Europa, a equipa de Ivo Vieira foi desde cedo superior ao que foi na primeira mão, superior ao adversário, mas acumulou más decisões no último terço.
Davidson e Rochinha, na teoria os principais elementos desequilibradores, tinham muita bola, deparavam-se com situações de possível criação de desequilíbrios, e resolviam mal no último momento, muitas vezes excedendo-se nas iniciativas individuais.
Ainda assim, o caudal ofensivo era tanto que a bola tinha de se aproximar, pelo menos, da baliza de Balgradean. Aproximou-se, aproximou-se muito desde muito cedo, mas houve desperdício incompreensível. Logo a abrir, Pêpê forçou o guardião a grande defesa e, no seguimento, Bruno Duarte não teve arte para a emenda. Já perto da meia hora foi o próprio Pêpê por duas vezes a atirar por cima... havia vontade, não havia sequer amostras de pontaria.
A pior de todas foi já muito perto do intervalo: Rochinha tinha atirado às malhas laterais dez minutos antes, o francês Denis Poha (única novidade em relação à primeira mão) conseguiu deixar os vitorianos ainda mais desesperados: cruzamento, cabeça de Bruno Duarte, bola na trave e Poha, com a baliza escancarada... deixou que ficasse tudo a zeros.
O novo treinador do FCSB já tinha mudado uma peça na primeira parte (tirou Cretu, que estava amarelado e já se aproximava do vermelho), trocou um médio defensivo (Pintilii) por um jogador de características ofensivas (Gnohéré), mas a tendência continuou a ser a mesma: o Vitória SC por cima e, por fim, a chegar à vantagem e a deixar para trás o incompreensível nervosismo.
Foi com 52 minutos que o árbitro assinalou penálti por falta sobre Davidson e tal como tinha acontecido já esta época contra a Jeunesse o muito jovem Edmond Tapsoba assumiu toda a responsabilidade. E assim, depois de 90 + 53 minutos de nulo, o D. Afonso Henriques explodiu de alegria e Tapsoba não esqueceu as tais declarações polémicas no festejo.
O Vitória via-se em vantagem, como merecia estar, e até ao fim foi mais do mesmo: podia e devia ter marcado, podia e devia ter conseguido muito mais conforto, acumulou falhanços por Davidson, Rochinha, tantos... e até uma bola ao ferro de João Carlos Teixeira houve, pouco depois de André Pereira saltar para o relvado para a estreia.
Podiam e deviam ter sido mais golos, mas bastou. O Vitória SC acompanha o SC Braga, o FC Porto e o Sporting no sorteio de sexta-feira.