Podemos analisar o jogo desta quinta-feira entre Steaua e Vitória SC, que terminou empatado a zero e foi referente à primeira mão do play-off da Liga Europa, de uma de três maneiras diferentes: pessimista, otimista ou uma mistura dessas duas (talvez a mais adequada).
Ser pessimista é dizer-se que o Vitória foi inferior ao adversário em boa parte do jogo - porque foi -, que podia ter sofrido os golos que não sofreu, que não criou muitos lances de perigo, que as ideias que Ivo Vieira está a incutir na equipa, com circulação rápida de bola e capacidade para desequilibrar, pouco se viram na primeira metade do jogo e não foram eficazes na segunda. Que este foi talvez o jogo menos interessante dos sete jogos oficiais já realizados pelo Vitória num arranque de época muito atarefado.
Ser otimista é dizer-se que o Vitória não sofreu golos numa deslocação difícil, contra o adversário mais exigente do trajeto europeu até agora, e terá em casa uma belíssima oportunidade para fazer um jogo melhor e vir a conseguir a passagem à fase de grupos da Liga Europa. A equipa minhota tem jogadores e um processo que permitem acreditar em golos em solo vimaranense e o adversário, tendo também jogadores de qualidade como Florin Coman, não se mostrou um bicho-papão.
O facto de não ter sofrido golos em Giurgiu, na casa emprestada ao Steaua, foi lisonjeiro para os homens de Ivo Vieira, em particular pela forma como decorreram os primeiros 45 minutos, em que os vitorianos se depararam com um adversário ambicioso, agressivo e com alguns sinais de boa criação ofensiva, ao contrário da equipa portuguesa.
Houve golo (bem) anulado aos romenos logo aos três minutos por fora de jogo, houve um Steaua com vontade de causar dano e que fez a bola embater no ferro aos 24 minutos, com remate de Coman. A equipa de Ivo Vieira não conseguia ter palavra a dizer no ritmo de jogo, perdia os muitos duelos físicos e quase se limitava às tentativas de Davidson de longe nessa primeira metade do jogo.
O Vitória SC conseguia sair incólume da pior fase no jogo, Douglas resistia na baliza e a segunda metade trouxe melhorias, em particular a partir do momento em que Ivo Vieira começou a refrescar a equipa. Denis Poha e Rafa Soares entraram bem no encontro, o Vitória construía em meados da segunda metade as boas jogadas coletivas que então tinham faltado.
Depois de um cabeceamento perigoso de Tapsoba, o momento de grande destaque acabou por ser aos 65 minutos, altura em que Rochinha sofreu falta na grande área do Steaua mas o árbitro não concedeu o penálti que era pedido (e justo).
A principal surpresa do onze inicial de Ivo Vieira, o avançado estreante Bruno Duarte, saiu depois de 76 minutos de muito pouco envolvimento no jogo, Guedes saltou para o relvado e viu ainda Popescu ameaçar na meia distância e Poha deixar uma ameaça perto do apito final.
Vai decidir-se tudo em Guimarães, o Vitória deverá melhorar e terá mais do que uma palavra a dizer na eliminatória.