Que jogaço! Que emoção! Que quantidade de futebol! Benfica e FC Porto divorciaram-se de receios e ofereceram em Braga uma fantástica noite de bola. Ganharam os dragões, superiores na qualidade na finalização, num jogo que foi empate técnico nas oportunidades. Venceu o estofo do dragão!
Uff, também porque houve a primeira vitória dos dragões sobre as águias na Taça da Liga. E uff, que foi uma canseira rodar a cabeça de um lado para o outro. «Obrigado», dizem os apaixonados por futebol.
De clássicos fechadinhos, de posturas para não perder, de excesso de mutação atendendo ao poderio do adversário estavam os adeptos de futebol fartos esta época. Por isso, foi com agrado que se viu que desta vez não ia ser nada assim. Nada mesmo. Que jogatana se viu em Braga, que atitude, que querer ganhar de parte a parte. Finalmente se fez jus à designação de 'grande' que as duas equipas carregam.
No Benfica, Samaris complicou muitas vezes a saída simples e permitiu que a pressão alta dos dragões criasse mossa, como depois aconteceria no golo inaugural (aí com Gabriel a falhar). No FC Porto, Militão perdeu-se muitas vezes em termos posicionais (pudera, tal o entrosamento como central) e Rafa foi assustando até ao golo do empate.
Só que, se os encarnados já tinham sido surpreendidos logo a começar, foram da mesma forma imediatamente após o golo, sofrendo o 2x1 num momento de qualidade de Corona e de simplicidade de processos: cruzamento, assistência, desvio para o golo de Marega.
Nas bancadas, onde o empate era claro, mas por muitos golos (fabuloso ambiente), os portistas festejavam, mas a primeira parte não acabaria sem novo golo, embora anulado aos encarnados, num momento defensivo incompreensível dos dragões, que permitiram um contra-ataque de três-para-um.
Se a primeira parte foi um regalo na parada e resposta, a segunda trouxe novos condimentos: uma bola recuperada pelas águias a meio deu origem a grande oportunidade desperdiçada por Seferovic. E esse foi o mote para um conjunto de oportunidades suficientes para que a equipa de Bruno Lage conseguisse o empate.
João Félix e Rafa Silva seguiram-se em lances parecidos, ambos com cruzamento na direita e finalização péssima. E assim se explicou que o empate não tivesse aparecido, porque, na dança das substituições, as águias tiveram um Gedson muito mais capaz do que Bruno Costa, razão para que a supremacia do Benfica a meio-campo fosse considerável.
A questão é que, goradas as oportunidades, houve nova capacidade portista para respirar e responder. Por Marega, sempre ele, o destruidor de defesas com as suas constantes diagonais. E, finalmente, por novo sucesso vindo do banco, onde Soares encontrou a desmarcação de Andrade para o primeiro como jogador do FC Porto e o último do jogo.
A final já tem um tripulante. Falta saber quem acompanha.