Vitamina G foi remédio santo

Começou na Champions, acabou com o caneco da Liga Europa em maio. Em Lyon, nem mesmo a espécie de fator casa beneficiou o Marselha, que saiu derrotado pelo Atlético de Madrid por 0x3. Griezmann, com dois golos marcados, foi o principal obreiro de nova noite de ouro para um Atlético que é cada vez mais europeu. 

O Marselha até entrou melhor, com oportunidades e futebol de qualidade, mas a tarimba dos homens de Diego Simeone foi mais do que suficiente...mesmo sem o timoneiro presente no banco. Mas a marca do argentino está presente em todos os poros da alma colchonera, que teve na Vitamina G um autêntico remédio santo. 

Entrada forte e um duplo pesadelo

Encarado como o underdog da final, o Marselha entrou com vontade de mostrar ao que vinha. A equipa de Rudi García construiu duas grandes oportunidades de golo nos primeiros cinco minutos, com a primeira a manifestar o plano ofensivo da equipa: jogo apoiado, tabelas entre os criativos da equipa...e Germain a desperdiçar, após assistência primorosa de Payet. Servia de aviso, pelo menos... 

Um Atlético mais capaz, mais lesto; um Marselha atabalhoado e pouco incisivo: eis a imagem da final ©Getty / Laurence Griffiths

Mesmo com menos ritmo, o Marselha continuou mais ligado ao jogo, perante um Atlético pouco capaz em organização ofensiva e precipitado nas transições. A verdade é que o futebol, especialmente este, de top europeu faz-se de detalhes. Aí, os colchoneros mostraram outra tarimba, com Griezmann a aproveitar da melhor forma um passe a queimar de Mandanda e uma receção pouco mais do que sofrível por parte de Anguissa. O tal detalhe dava vantagem e conforto. 

O tento de Griezmann teve o condão de tornar a final um jogo mais chato e menos espetacular, com pouco ou nenhum jogo junto das duas balizas. Se as oportunidades já tinham sido poucas até ao tal minuto 21, depois disso os dois guardiões foram apenas espetadores. Entretanto, para dificultar ainda mais a tarefa aos franceses, Payet saiu a chorar e o talento marselhês ficou seriamente ameaçado. 

Chegou a haver esperança?

Com vantagem moral por um final de primeiro tempo mais consistente e seguro, e por sentir ainda um Marselha mais frágil sem uma das suas principais estrelas, o Atlético entrou na etapa complementar com vontade de resolver a contenda e Griezmann fez questão de fazer a vontade a um coletivo sedento de nova vitória europeia. Koke assistiu e o francês, novamente na cara de Mandanda, não tremeu. Outra vez Griezmann, outra vez o tal detalhe e tarimba a aparecer.

É verdade que, até ao final, Mitroglou ainda atirou ao poste, mas a força do Atlético foi suficiente para travar as boas intenções finais do Marselha e materializar um terceiro golo, com Gabi a participar na festa. E alguém pode dizer que este Atlético não voltou a fazer o suficiente para ser feliz? 

Atlético Madrid conquista a Liga Europa pela 3.ª vez (2010, 2012 e 2018)!! pic.twitter.com/SqS0D30oGt

— playmakerstats (@playmaker_PT) 16 de maio de 2018