O FC Porto conseguiu sair de forma digna de uma competição onde, depois de uma boa fase de grupos, se arriscou a uma péssima imagem por causa do jogo da primeira-mão. Desta vez, com Casillas e Felipe e sem a intensidade dos velozes atacantes dos reds, os dragões estiveram muito mais sólidos e até podiam ter ganho o jogo, que também ficou marcado pela estreia absoluta de Bruno Costa.
Muitas mudanças para o jogo. Mais do FC Porto (sete, para sermos mais precisos) do que do Liverpool, numa demonstração inequívoca da importância da partida... em Paços de Ferreira. Deu para variar bastante e para ver algumas coisas novas, nomeadamente Bruno Costa. E, diga-se, nada mal o médio vindo da B.
Há algo indesmentível. Este Liverpool respeitou os adeptos e a competição ao não mexer em demasia, se bem que se notou um notório abrandamento em relação ao ritmo normal. Não foi necessária pressão alta, não houve urgência de atacar, houve tempo e espaço para pensar o jogo e fazê-lo ao ritmo de treino. E para criar oportunidades, quase sempre por influência direta das subidas de Milner ou Can à área.
Houve, em termos ofensivos, muito pouco para contar durante a primeira parte, sobretudo do lado do FC Porto. Em resumo, uma nulidade. Aboubakar esteve sempre limitado fisicamente e até estranhou só ter saído perto do fim. De resto, um pouco de Waris na segunda parte e algumas boas ações de Bruno Costa na chegada ao último terço.
Ora, tendo em conta tudo isto, por que aspetos valeu o jogo? Para sentir a atmosfera de Anfield, arrepiante e contagiante mesmo num contexto de descompressão. Para perceber que os adeptos portistas apareceram em força e não se esconderam atrás de uma muito má noite no Dragão, entre tantas boas. Para ver o talento de jogadores como Emre Can, Salah e companhia. Para perceber que Sérgio Conceição continua a multiplicar soluções no seu curto plantel... que já não é assim tão curto.
Numa eliminatória terminada a meio, valeram os últimos 15 minutos da segunda parte, com bons lances ofensivos de parte a parte, possibilidades de vencer e espetáculo absoluto nas bancadas... onde os portistas ganharam!
Quanto à Liga dos Campeões, fica por aqui...