No dia e hora marcada, 20h15 de segunda-feira, o Benfica apresentou-se em Alvalade para somar mais três pontos e colar-se ao FC Porto no topo da tabela, ao cabo da 11ª jornada. O Sporting, que até partiu na frente, já está a 18 pontos dos rivais.
Wolfswinkel ainda fez sonhar o Sporting
À 11ª jornada da Liga... o Sporting reservou-nos um fator extra para o dérbi. A diferença pontual para o Benfica (15 pontos de atraso). Ainda assim, talvez por isso, e depois da vitória do FC Porto ao Moreirense (1x0), a pressão caía muito mais sobre os jogadores encarnados. Em todo caso, do outro lado, os jogadores do leão - já com vários objetivos perdidos - entraram em campo com a certeza de que uma vitória era seguramente um tónico decisivo para colocar este Sporting no rumo certo.
O conjunto verde e branco entrou, portanto, em campo a saber que uma vitória sobre o Benfica podia não ser, longe disso, a solução para todos os seus problemas mas era também, como dizem os médicos, um belo analgésico para o sofrimento que os seus adeptos têm passado.
Wolfswinkel antecipou-se a Garay e colocou o Sporting na frente ©Carlos Alberto Costa
Na fria noite lisboeta, o Benfica subiu, por isso, ao relvado na tentativa perceber, desde cedo, que Sporting tinha pela frente. O conjunto de Jorge Jesus tentou racionalizar o risco, gerir os momentos e calcular as potencialidades do seu adversário.
Do outro lado, os jogadores do Sporting entraram fortes, sobretudo, no momento ofensivo; a equipa de Vercauteren mostrou-se, todavia, bem mais pressionante que o habitual e quem ganhou foi o seu todo em campo. A distribuição no terreno foi suficiente para pressionar bem próximo o portador da bola, retirando-lhe tempo de decisão.
Com menos espaço, o Benfica foi obrigado a não ser tão encantador. Em vez da enorme capacidade técnica e tática de outros dias, as águias tiveram de se apoiar na circulação rápida da bola, quase sempre nos lançamentos de Matic e André Gomes, apoiados por Lima e a velocidade de Salvio e Ola John.
O golo, numa primeira parte equilibrada, acabou por cair para o lado do Sporting, aos 30 minutos, por RickyVan Wolfswinkel; Cruzamento de Capel, do lado esquerdo, e o holandês desviou, no ar, para o fundo da baliza de Artur Moraes! 1X0 em Alvalade.
Com o golo de vantagem... o Sporting recuou mas até podia ter ampliado a vantagem. Ainda assim, seriam do Benfica as melhores ocasiões para chegar ao empate; 33 minutos, Lima atirou com força mas ao lado e Cardozo, aos 40', ficou perto de livre.
Antes do descanso o Benfica ainda «cheirou o golo»; Salvio fez o que quis perante a passividade de Rojo e Boulahrouz, tirou o cruzamento direitinho para a cabeça de Cardozo.
Ao intervalo, o Sporting vencia mas o Benfica até justificava o empate. Diga-se, porém, que se assistiu a uma partida intensamente disputada.
Benfica consegue a reviravolta na segunda parte
Na segunda parte, o Benfica - forte e inteligente em campo - teve consciência do que se passou no primeiro tempo e passou a assumir mais o jogo.
No entanto, os 35 mil 114 adeptos começaram por ver um Sporting perto do segundo golo. Aos 54', Artur Moraes nega o golo a Elias, após uma grande jogada de Carrillo, que isolou o brasileiro. Só que Elias, perante Artur, permitiu uma defesa apertada ao guardião encarnado.
Cardozo voltou a marcar em Alvalade e foi fundamental no triunfo encarnado ©Carlos Alberto Costa
Quem marcou pouco depois foi o Benfica, aos 58'. Ola John tirou um cruzamento da esquerda e Cardozo apareceu no «coração da área» a desviar de cabeça, sendo que Rojo acabaria por ser o último a introduzir a bola na sua própria baliza.
Os minutos que se seguiram foram de claro domínio benfiquista. A equipa leonina acusou o golo sofrido e ia tremendo perante o crescimento do Benfica, que podia ter marcado. Lima e Garay ficaram perto, aos 65' e 66'. De resto, o argentino mandou mesmo a bola aos ferros da baliza de Patrício.
O desgaste físico começou o «pesar» nas pernas dos atletas do Sporting que se mostravam exautos.
Jogada após jogada. Remate após remate o Benfica ameaçou e chegou ao golo, aos 81 minutos de grande penalidade.
Boulahrouz cortou a bola com a mão em cima da linha de golo, após um forte remate de Salvio! Vermelho e expulsão do holandês!; na transformação do castigo máximo Cardozo não falhou.
O que se seguiu foi pura e simplesmente a serenidade de um Benfica, forte e mais inteligente, perante um Sporting já sem forças. O terceiro golo não tardou, aos 86'; Livre de Gaitán Cardozo apareceu a cabecear para o fundo da baliza de Rui Patrício. 3X1.
Depois... o Benfica geriu ao som dos «olés» vindos do topo onde estavam os benfiquistas.