Três pontos requintados, à medida da melhor exposição de arte do futebol. O FC Porto abriu a cortina da 8ª jornada do campeonato nacional com dois momentos de beleza sublime na vitória por 5x0 sobre o Marítimo.
Da Madeira, diga-se, chegou o melhor cliente para a mostra: os verde-rubros entraram de borla e ainda ficaram com os melhores lugares da sala para observarem atentamente os golos de Jackson Martínez e Silvestre Varela. A equipa de Pedro Martins raramente foi perigosa e provou que dançar em dois palcos (Liga e Europa) ainda é uma arte que não domina.
"Arte de primeira"
O primeiro golo mostrou-se cedo, logo aos quatro minutos. A criação é perfeita na «tabela» entre James Rodríguez e Lucho González; futebol-arte na servência a Jackson, tudo ao primeiro toque, com o avançado colombiano a contornar Ricardo e a dar vantagem ao FC Porto.
Depois, uma sessão de ensaios em direto. Lucho cabeceou por cima (8’), Danilo forçou Ricardo a uma defesa soberba (19’) e Otamendi emendou à boca da baliza, mas demasiado alto (33’). Pelo meio, duas perdas no espólio: Fernando e Maicon lesionaram-se e obrigaram Vítor Pereira a gastar duas substituições na primeira meia hora.
"Arte em arco"
Duas notas de rodapé por esta altura: Jackson marcou pelo sétimo jogo consecutivo e persegue as sombras de Jardel e Pena, que o fizeram em nove; Varela – em afirmação total – fê-lo pela terceira vez em série, dois deles com nota artística elevada.
"Arte menor"... mas eficaz
Toda a noite foi de exibição azul e branca. O Marítimo é um esboço mal traçado da equipa capaz que foi na última temporada e as cedências defensivas acabaram por ajudar a contar a história deste encontro. Aos 47’, Lucho, Varela e Jackson voltaram a desenhar um lance e o colombiano acabou por atirar por cima.
Bem melhor finalizou aos 59 minutos, numa jogada de arte menor ao olho mas nem por isso menos eficaz quanto ao objetivo final: o golo. Lucho deu para João Moutinho em zona frontal, o médio meteu entre o lateral e o central e Jackson Martínez fez como aos três minutos: contornou Ricardo e marcou.
Tópico João Moutinho: o «cérebro» da equipa portista voltou a assistir de forma sublime aos 72’ para o golo de James, que fez o 4x0 perante um Marítimo afundado, e que aos 77’ já perdia por cinco, após novo golo de James, ainda que com um desvio do adversário.
O ponto final vai para um acontecimento pouco comum: aos 74’, Helton teve de sair, lesionado. Ou seja, as três substituições do FC Porto foram forçadas por questões físicas e retiraram a Vítor Pereira a possibilidade de gestão para Kiev.
5-0 | ||
Jackson Martínez 4' 59' Silvestre Varela 35' James Rodríguez 72' 77' |